Evento mostra como empresas podem avançar na inclusão das pessoas com deficiência

Um dos maiores desafios da sociedade é a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Muitas empresas ainda acreditam que basta abrir vagas e contratar perfis diversos. Esquecem-se de que é preciso acolher as diferenças e elaborar planos de carreira que não deixem ninguém para trás. Para trazer estas discussões à tona, o Instituto Serendipidade e a ASID Brasil (Ação Social para Igualdade das Diferenças), com apoio da Exec Consultoria, promoveram, no início de abril, o 1º SUMMIT "Inclusão como Solução: Estratégias e Práticas Inclusivas para Inovar".

O evento foi totalmente gratuito, digital e acessível (libras, audiodescrição e legendas-close caption) e reuniu pessoas com deficiência, que falaram sobre suas dificuldades e vitórias, e executivos de empresas que já trilharam o caminho da inclusão, como McDonald's, L'Oréal e Cielo, entre outros. Durante quase 8 horas, eles apresentaram cases de sucesso, discutiram as dificuldades e contribuíram para o debate.

Leandro Corrêa, gerente de Gente, Diversidade e Inclusão do McDonald’s, por exemplo, contou que a rede tem cerca de 1.500 funcionários com algum tipo de deficiência (a maioria intelectual, com 72% do total). Ele contou que o treinamento não tem prazo para acontecer, é adaptado a cada colaborador, que tem o tempo que precisa para aprender suas funções. “Não tem um limite, é feito de forma personalizada”, disse.

E acrecentou: “Ter profissionais com deficiência no nosso time traz uma série de benefícios para eles, mas também humaniza a empresa e cria uma cultura de pertencimento ainda mais forte em nossos funcionários”

Daniel Poli, Head de Sustentabilidade, Diversidade e Responsabilidade Social da Cielo, foi outro dos participantes. Ele contou como a empresa chegou ao compromisso de desenvolver uma cultura inclusiva e envolver todos os funcionários. Também explicou como promover acesso a oportunidades de desenvolvimento iguais dentro das companhias. Guilherme Bara, deficiente visual e consultor, falou sobre as dificuldades que muitos funcionários têm de entender o potencial dos colegas com alguma deficiência.

“Foi um evento prático, com ferramentas para que o universo corporativo possa entender a inclusão e aplicá-la no dia a dia. A inclusão não tem que ser vista como problema, mas como solução", disse o empreendedor social Henri Zylberstajn, fundador do Instituto Serendipidade. Para Isabela Bonet, diretora-executiva da ASID Brasil, não há mais tempo para estagnação. "O capacitismo é muito presente. Precisamos de atuação sistêmica e profunda para que haja mudanças de fato e para garantir a visibilidade da pessoa com deficiência", disse. Já Marcelo Ribeiro dos Santos, sócio da Exec, patrocinadora do encontro, lembrou ainda que a inclusão trouxe benefícios para todos. "Quando as pessoas somam em suas diferenças, criam soluções para o bem coletivo, gerando mais inovação, mais resultados, mais felicidade e bem-estar no trabalho”.

Todos os paineis do encontro, que foram divididos nos temas empregabilidade, comunicação e representatividade, e impacto, podem ser assistidos no canal do Instituto Serendipidade no YouTube.