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Torcida do Fortaleza é discriminada em Buenos Aires, mas regulamento da Libertadores é evasivo sobre racismo

Clube brasileiro e River Plate, mandante da partida, repudiaram episódio de um torcedor, após a partida de ontem; Conmebol mantém silêncio

Por Daniel Israel em 14/04/2022 às 06:22:01

Conmebol não terá dificuldade para identificar racista: outros torcedores parecem rir da atitude discriminatória. Imagem: Reprodução/YouTube

Na noite de ontem (13), a derrota do Fortaleza para o River Plate-ARG, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, foi apenas a segunda pior situação vivida pelos torcedores do Leão do Pici no estádio portenho. Apesar dos 2 a 0, o segundo resultado negativo em duas rodadas na estreia do clube em edições da Taça Libertadores, uma banana mostrada, descascada e lançada contra os visitantes roubou a cena fora das quatro linhas.

O ato discriminatório foi gravado por um torcedor tricolor não identificado, e em seguida o homem apareceu levantando uma camisa da Seleção argentina.

Após o caso de racismo ser divulgado nas redes, o Leão repudiou "de forma veemente, o ato de racismo e xenofobia ocorrido no Estádio Monumental de Núñez por um torcedor da equipe local". "O Clube foi bem recebido, a torcida desfrutou Buenos Aires por inteira (...). O River Plate nos recebeu de forma educada, honrosa, o que nada se compara ao ato em questão", ponderou a direção do Tricolor de Aço, em comunicado oficial.

Por meio de nota, Fortaleza reiterou que a Conmebol deve se posicionar. Imagem: Reprodução/Instagram

O clube argentino também lamentou a atitude do homem, cujo nome ainda não foi divulgado, e comunicou que "está implementando as medidas correspondentes para identificar o responsável e aplicar as sanções devidas contra ele".


Diretoria do River Plate se posicionou em acordo com o Fortaleza. Imagem: Reprodução/Twitter

O Observatório da Discriminação Racial no Futebol, entidade da sociedade civil sediada em Porto Alegre (RS), endossou o informe do Fortaleza ao sugerir que a Conmebol, incumbida da realização da Libertadores, "não pode mais tratar [casos de racismo] como folclore". "É preciso agir", protestou.

Em postagem no próprio site, publicada anos atrás, o Observatório listou medidas previstas no regulamento da competição em casos de racismo, incluindo punições financeiras ao clube mandante, que chegavam a R$ 7 mil (no câmbio da época). No entanto, o regulamento da Libertadores em 2022 cita apenas o passo-a-passo que pode ser adotado durante cada partida (advertência, suspensão, cancelamento), além de multa e suspensão do mandante de futuras competições organizadas pela Conmebol, após avaliação da Comissão Disciplinar da entidade.

Até a publicação desta matéria, a Conmebol não tinha se pronunciado a respeito do ato racista contra os torcedores do Fortaleza. Para ler o regulamento da Taça Libertadores 2022, disponível apenas em espanhol, clique aqui (ver páginas 146 a 148).

Organização realiza trabalho pioneiro no futebol brasileiro. Imagem: Reprodução/Twitter

Em último lugar no Grupo F, com um gol marcado em duas rodadas e nenhum ponto obtido, o clube cearense vai em busca do primeiro resultado positivo no torneio continental. O elenco comandado pelo técnico argentino Juan Pablo Vojvoda voltará a campo pela Libertadores no dia 27/4, quando receberá o Alianza Lima-PER, no Castelão, em Fortaleza (CE).

Assista, no vídeo abaixo, à atitude racista do torcedor do River Plate durante a partida com o Fortaleza.

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