O cenário da pandemia, a alta taxa de desemprego e a atual crise econômica mundial são alguns dos principais fatores que têm causado ansiedade nas pessoas. Somente no Brasil, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), existem 19 milhões de pessoas que sofrem deste mal. O atual cenário de guerra e o medo de um futuro totalmente incerto também contribuem para agravar ainda mais o quadro.
O desejo por tratamentos mais efetivos e rápidos para este problema e a vontade de se livrar de medicamentos tem causado um significativo aumento na busca por tratamentos alternativos. É o caso da Hipnoterapia, procedimento que, por meio da indução a um estado de profundo de relaxamento pela respiração profunda e pelo relaxamento muscular progressivo, permite ao cliente acessar emoções que se encontram em seu subconsciente. O método amplia a consciência sobre si mesmo e sobre seu estado psíquico e emocional e permite modificar a programação mental por meio de um novo significado para estas emoções, por isso a técnica é conhecida pela obtenção de resultados rápidos.
O hipnoterapeuta Carlos Titton é especialista em Ansiedade no Trabalho e usa como exemplo em seus tratamentos a sua própria experiência. “Hoje, estou livre da ansiedade graças à Hipnoterapia. Passei dez anos usando fortes medicamentos para cuidar disso, além de passar por inúmeras sessões de terapia e acompanhamento psiquiátrico, sempre tratando os desdobramentos do estresse que a ansiedade me gerava”, conta. Assim como no seu caso, ele explica que a maioria dos males da ansiedade é desenvolvida por questões emocionais e seus desdobramentos atrapalham, inclusive, a vida profissional de quem é acometido por ela. “É um ciclo vicioso, onde o ansioso vive correndo atrás de satisfazer aquilo que a própria ansiedade gera nele. Isso ocorre porque temos programações mentais que são depositadas no nosso cérebro ao longo da nossa vida. Elas ficam no nosso subconsciente, que é a mente responsável por tudo que acontece. Ela registra todas estas emoções e procura nos proteger de acordo com o que entende como correto, porém, esta proteção pode nos atrapalhar no dia a dia”, explica Titton.
O trabalho é parte importante da vida da maioria das pessoas e serve como fonte de realização, sustento e crescimento, porém, muitas vezes, não é isso que ocorre e a atividade laboral acaba sendo causa de adoecimentos. Nos últimos anos, as estatísticas mostram que os transtornos mentais estão entre as principais causas de afastamento do trabalho no Brasil. ”Jornadas exaustivas, metas abusivas e falta de reconhecimento e autonomia são algumas causas dos afastamentos ligados à saúde mental. Além disso, o excesso de autocobrança e a tentativa desenfreada de querer responder a uma alta demanda para validar seu trabalho, ultrapassando limites e negligenciando vida social e lazer, contribuem para o quadro”, alerta Titton.
Algumas destas doenças já são consideradas como trabalhistas e são aquelas cujos sintomas surgem decorrentes da rotina exaustiva de trabalho e envolvem o ambiente e qualquer assunto referente a ele. Geralmente, estas pessoas sentem ansiedade e pânico quando saem para trabalhar e sentem o coração disparar quando falam sobre o assunto. “Quando o desânimo começa no domingo ao lembrar que, no dia seguinte, a pessoa retomará a rotina, é hora de ficar alerta. Cansaço excessivo, dor de cabeça frequente, alterações de apetite e de sono, dificuldade de concentração e sentimentos de fracasso, insegurança e negatividade constantes são possíveis sintomas de adoecimento também”, enfatiza.
O mal do momento
A famosa Síndrome de Burnout, tão temida pelas empresas hoje em dia, por exemplo, é um estado físico, emocional e mental de exaustão extrema resultante do acúmulo excessivo de situações profissionais emocionalmente exigentes e estressantes que demandam muita competitividade ou responsabilidade. A principal causa da doença é o excesso de trabalho e, geralmente, ela começa com uma crise de ansiedade ou pânico. “Para contribuir com a tarefa de proporcionar mais saúde e segurança aos funcionários, acredito que, depois de ter atuado por mais de 30 anos no mercado corporativo, as empresas podem utilizar algumas estratégias para diminuir o estresse e a pressão. Programas que melhoram a qualidade de vida no ambiente de trabalho ajudam muito e o reconhecimento dos profissionais com campanhas motivacionais também são excelentes ferramentas”, afirma. “Sou um ex ansioso que se libertou e hoje minha missão é ajudar as pessoas a se livrar de uma vez por todas da ansiedade no trabalho. No meu consultório, atendo casos todos os dias de pessoas que deixaram de viver bem em função disso”, complementa o hipnoterapeuta.
O que a Hipnoterapia propõe para tratar estas pessoas é, justamente, uma reprogramação da mente, ou seja, uma reprogramação do subconsciente de forma que todos os comportamentos adquiridos ao longo da vida, inclusive no trabalho, sejam ressignificados. “Existem várias formas de reprogramar a mente, como a própria terapia, por exemplo. A Hipnoterapia Clínica também faz isso, acessando o subconsciente e ressignificando as emoções. Naturalmente, a mudança ocorre de dentro para fora e, às vezes, o problema é resolvido em uma ou duas sessões, chegando à raiz do mal”, finaliza Titton.