Uma investigação do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco) revelou a participação de PMs em uma milícia que atua em comunidades das zona Norte e Oeste da capital. Dois policiais suspeitos foram presos nesta segunda-feira (12).
"Conforme se observa dos autos, os denunciados, mediante rígida e estruturada divisão de tarefas, com a utilização de armas de fogo, estratégias de guerra, dominação e confronto, com o concurso de policiais militares, implantaram regime de medo e terror, nas comunidades de Campinho, em Campinho; do Fubá, em Madureira; Quiririm, em Valqueire; da Caixa d"agua, em Quintino; Chacrinha, na Praça Seca; e Jordão, na Taquara", narra a denúncia.
Os PMs presos são Bruno Rodrigues Guarany de Carvalho, vulgo Skank ou Sk, cabo do 9ºBPM (Rocha Miranda), e Rafael Ávila, conhecido como Manteigão ou Papel, sargento do 22ºBPM (Complexo da Maré). Eles foram detidos em casa, no acesso ao Morro do Fubá, e com eles foram apreendidos dois fuzis, sendo um 5,56 e outro 7,62, duas pistolas, sendo uma de 480 e outra 45, R$ 5 mil reais, um carro, uma moto e coletes à prova de balas, além de tabelas de cobrança encontradas no Campinho, na Zona Norte.
De acordo com a denúncia, entre os crimes praticados pela organização criminosa estão a extorsão a moradores, comerciantes e demais empresários a pretexto de oferecer serviços de segurança; o comércio ilegal de armas de fogo e o tráfico de drogas. Há também indícios da prática de homicídios com características de "justiçamento" e a exploração ilegal do comércio de gás e sinais clandestinos de internet e televisão a cabo.
Foram denunciados também Leonardo Luccas Pereira, conhecido como "Leleo, 2L ou Panda"; Diego Luccas Pereira, vulgo "Playboy ou Maradona" e Edmilson Gomes Menezes, vulgo Macaquinho.