Com um desfile que teve como enredo o irreverente Castor de Andrade, a figura mais conhecida de Bangu de todos os tempos, a Unidos de Padre Miguel veio vestida de vermelho e branco do início ao fim, como a bateria, "fantasiada" com a camisa do Bangu Atlético Clube, time que foi vice-campeão carioca e brasileiro nos áureos anos 80 do século passado, quando o "capo" comandava com mãos de ferro a agremiação clubística.
Também presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel, escola de samba que tornou conhecida no mundo do samba - notadamente por sua "bateria nota 10" - e fez abocanhar diversos títulos no passado, Castor de Andrade era, sem dúvida, um personagem digno de enredo, representado dignamente pela agremiação da Zona Oeste.
A Comissão de Frente já dizia a que veio: trazia "Castor de Andrade" com os bichos do jogo logo atrás. Ponto para a escola também ao trazer a história da Fábrica Têxil Bangu, onde hoje se localiza o shopping do bairro, com sua indústria de estamparias e onde - dizem os moradores - teria surgido o futebol no Brasil.
Uma das últimas alas vinha representando a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), a qual Castor foi um dos criadores - juntamente com outros binheiros famosos da época, como Luizinho Drummond e Anísio Abraão David - e seu primeiro presidente.
Um mito que a Zona Oeste do Rio, especialmente os bairros de Bangu e Padre Miguel, reverenciará eternamente, tal qual a cantora Lexa, que acompanhou a apresentação da escola de coraçã animadamente.