Ministro da Defesa de Israel se demite após cessar-fogo em Gaza

Alegando que o governo se rendeu ao terrorismo, o ministro da Defesa de Israel, Avigdor Liberman, anunciou sua renúncia, nesta quarta-feira (14), apenas um dia depois de Israel ter concordado com um novo cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza.

"Tentei permanecer como um membro fiel do gabinete e fazer ouvir outra opinião, mesmo a um grande preço eleitoral e político", disse Liberman em uma entrevista coletiva imediatamente após a reunião com a facção palestina que governa Gaza. No entanto, o cessar-fogo de terça-feira com o Hamas foi interpretado por ele como "uma capitulação ao terror ", acrescentou. "Isso prejudicará gravemente nossa segurança a longo prazo".

Enquanto o Gabinete do Primeiro Ministro disse que os ministros concordaram unanimemente com a decisão, quatro ministros declararam que se opuseram ao cessar-fogo - Liberman, Ministro dos Assuntos de Jerusalém e Ministro da Proteção Ambiental Ze'evElkin, Ministro da Educação Naftali Bennett e Ministro da Justiça Ayelet Shaked.

"A resposta que demos aos 500 foguetes disparados de Gaza não foi suficiente, para dizer o mínimo", prosseguiu Liberman. "Os terroristas não devem se sentir livres para se revoltar na fronteira ou incitar contra Israel", acrescentou Liberman. "O Hamas não está falando sobre coexistência e reconhecimento de Israel", disse ele.

Perguntado por que ele não desistiu depois de um cessar-fogo anterior com o Hamas, Liberman respondeu: "Você não pode sempre conseguir tudo o que quer. Enquanto eu pude influenciar por dentro, eu fiquei. Havia pontos de virada que não mais me permitiam papel no gabinete ".

A disputa política pelo Ministério da Defesa já começou, com o ministro da Educação Naftali Bennett alegando que ser o legítimo herdeiro da cadeira. No entanto, há também uma chance de que Netanyahu opte por realizar uma eleição ministerial imediata, em vez de tentar manter a coalizão junto com uma maioria dos assentos do parlamento.