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Niterói se consolida como cidade adepta ao deslocamento via bicicletas

Prefeitura busca meios de se adaptar para atender ao novo público de transporte alternativo

Por Natália Carneiro em 15/11/2018 às 16:18:50

Cliclofaixa da Amaral Peixoto: avenida para ciclistas (Foto: Rodrigo Rebechi)

Quem anda por Niterói já deve ter notado que o número de pessoas que vem trocando os transportes tradicionais pelas bicicletas aumentou. Para dar segurança e conforto a essa crescente parcela da população, que a cidade vem se adaptando e criando estruturas que facilitem a vida dos usuários que optaram por essa escolha mais saudável e alternativa de locomoção.

Atualmente com 40 quilômetros, a Prefeitura vem se preparando para até 2020 chegar a marca dos 100 quilômetros de malha cicloviária e já implantou 150 novos paraciclos nos bairros de Icaraí e Jardim Icaraí, além dos mais 100 que ainda estão em fase de planejamento para instalação. Em 2017, os munícipes ganharam o primeiro bicicletário público da cidade, na região do Centro, ao lado da estação das barcas. Ali, onde antigamente era um estacionamento para 22 carros, hoje é um espaço coberto, fechado e controlado que oferece 446 vagas rotativas aos 5 mil usuários cadastrados.

Segundo o levantamento manual feito pelo coletivo Mobilidade Niterói, nos meses de agosto de 2015 até o mês passado, o número de ciclos trafegando pela Avenida Amaral Peixoto, no Centro da cidade passou de 112,5 para 209 ciclos por hora, o que representa um aumento de 86% de rotatividade no local. Ainda de acordo com o estudo, em março de 2017, após a inauguração do Bicicletário Araribóia o número de usuários por hora chegava a 160 e em cinco meses, o número de pessoas a trafegarem na Amaral Peixoto aumentou em 30%.

Mas, quem pensa que essa mudança que vem acontecendo na cidade é à toa, não precisa voltar a muitos anos atrás. No ano passado, a A99, uma empresa brasileira de mobilidade urbana por aplicativos de celular, apontou a Cidade Sorriso como a mais congestionada do país. Pelo levantamento, as viagens no horário de pico levavam quase 80% a mais de tempo do que as realizadas nas demais horas ao longo do dia. Foi esse motivo que fez o senhor Antonio Barbosa Magalhães deixar o carro na garagem.

"Já tem uns 5 anos que eu utilizo a bike. Antigamente, eu pegava muito engarrafamento de 50 minutos e agora com ela levo, no máximo, 30 minutos até o trabalho", conta.

Educador físico há 13 anos, Flávio Leal, ressalta os benefícios que o uso da bicicleta proporciona: "Posso destacar que além do emagrecimento, essa atividade melhora a resistência muscular e o condicionamento cardiovascular. No mais, ao nos exercitarmos, nosso cérebro libera entre outros hormônios, a endorfina e a serotonina que dão a sensação de prazer e relaxamento ao corpo", ressalta. Outro ponto importante, citado por Flávio, é que nessa Era Digital, é preciso incentivar, principalmente as crianças a fazerem atividades ao ar livre.

"Tirar as crianças dos celulares e tabletes e leva-los para atividades ao ar livre, seja em praças, na praia ou no próprio Campo de São Bento, como é o nosso caso aqui em Niterói, é fundamental. Fazer atividades físicas em família conversando e mostrando o verdadeiro valor da vida saudável, ajuda a combatermos a diversos problemas de saúde que se iniciam na infância", explica.

Fazendo parte desse pequeno, mas representativo grupo de pessoas que foram apontadas na pesquisa organizada pela Transporte Ativo em parceria com o Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LABMOB-UFRJ), o estudante de 14 anos, Gabriel Garcia é um dos 27,4% de jovens que utilizam a magrela como meio de locomoção diariamente.

"Sou ciclista há uns 6 anos e sempre gostei de bicicleta pelo fato de ser um transporte gratuito e eu ter facilidade em poder parar em qualquer lugar", conta.

Para a Coordenadora do Grupo de Trabalho de políticas públicas da União de Ciclistas do Brasil (UCB), Ana Luiza Carboni, que também é membro da rede Bike Anjo, que conta com 6.800 ciclistas e está presente em 33 países, a bicicleta é uma ferramenta de transformação social.

"Quanto mais bicicletas nas ruas mais seguras elas ficam, uma vez que, para atrair ciclistas precisamos de infraestrutura e sinalização adequadas, educação para o trânsito para todos e fiscalização efetiva".

Infelizmente, Ana conta que as chamadas "finas educativas" ainda são frequentes, mas recorda que o nosso código de trânsito prevê que os veículos maiores têm o dever de proteger os menores, assim como os pedestres e que apesar da existência das ciclovias, é preciso que elas se tornem comuns não apenas no contorno da orla, mas nos demais bairros.  uns não apenas no contorno da orla, mas nos demais bairros.

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