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Maior milícia do Rio faz aliança com o TCP

Recompensa pelo Ecko é aumentada pelo Disque-denúncia

Por Mario Hugo Monken em 19/11/2018 às 19:19:44

Divulgação: Polícia Civil

A maior milícia do Rio, a Liga da Justiça, fez uma aliança com uma das facções criminosas que atuam no tráfico de drogas, o Terceiro Comando Puro (TCP). Os milicianos deixam os traficantes atuarem em seus domínios, permitindo a venda livre de drogas e exigem parte no lucro.

Segundo informações, o traficante Anderson Hilário de Oliveira Vicente, homem de confiança de Carlos José da Silva Fernandes, o Arafat, um dos chefões do TCP e que está preso, é o encarregado de instalar as bocas de fumo nas áreas de Wellington da Silva Braga, o Ecko. Arafat tem amizade com Ecko em consideração ao seu irmão, o falecido Carlinhos Três Pontes, que era do tráfico e entrou para a milícia. 

Uma advogada, que seria mulher de Arafat, estaria ajudando a costurar essa aliança entre a milícia e o TCP. Os milicianos ajudariam os traficantes a tomar territórios e fariam contato com policiais corruptos que ajudam o tráfico. 

A perda da Favela do Rodo, em Santa Cruz, na Zona Oeste, por parte do Comando Vermelho (CV) para os milicianos, pode ter sido resultado desta suposta união entre o grupo paramilitar e o TCP. A suspeita é que o traficante conhecido como Sonic, que era CV e comandava o Rodo,  virou TCP e entregou a comunidade para os milicianos.

Recentemente, chegou a ser cogitada uma possível aliança entre o CV e a Amigos dos Amigos (ADA) para lutar contra o TCP e a milícia mas a ideia não vingou porque as duas facções brigam pelo controle de áreas em São Gonçalo, Niterói, Japeri, na Baixada Fluminense, e em Macaé, no Norte Fluminense.

Recompensa de R$ 10 mil 

Nesta segunda-feira (19), o Portal dos Procurados do Disque-Denúncia informou que passou para R$ 10 mil a recompensa para ajudar a Delegacia de Homicídios as Baixada – BHBF – e a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) com informações que levem a prisão de Ecko. Ele é considerado atualmente, o líder da milícia  Liga da Justiça, que age em várias regiões da Zona Oeste e Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. Ecko é foragido da Justiça, e contra ele há um mandado de prisão pelo crime de homicídio. Anteriormente, a recompensa oferecida era de R$ 2 mil.

A ascensão de Ecko, ao comando da maior milícia do Rio, foi após a morte de seu irmão, Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes. Usuário de cocaína, ele lucra com o tráfico de drogas, tem perfil violento, e possui um local para tortura de seus rivais. Ele também costuma cooptar ex-traficantes para a sua quadrilha. 

Segundo na hierarquia da milícia, Danilo Dias, o Tandera, é quem controla os negócios do grupo em Nova Iguaçu e Seropédica.  

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) já havia denunciado e pedido a prisão preventiva de milicianos que atuam na Zona Oeste e na Baixada Fluminense. Em uma operação em junho deste ano da Polícia Civil, foram presas dez pessoas na Operação Lawless, entre eles havia um policial militar e um ex, e três agentes penitenciários. A quadrilha é apontada como responsável por movimentar a maior rede de comércio de cigarros contrabandeados do Paraguai no estado.  

As investigações apontam que Ecko seria também dono de uma tabacaria, e seu faturamento mensal com o comércio ilegal de fumo era estimado em R$  1,5 milhão reais. 
A imposição de cigarros falsos é mais um ramo explorado pelo grupo criminoso, que controla, entre outras coisas, sinal de TV a cabo clandestino e internet, transporte alternativo, segurança privada, loteamento ilegal de solo urbano, corrupção e cooptação de agentes públicos, receptação de veículos roubados, porte ilegal de armas, entre outros crimes, previstos no Código Penal. 

Em outubro deste ano, agentes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) realizaram uma operação contra a extração ilegal e venda de areia em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.  A atividade ilegal era controlada pela quadrilha do "Ecko", que estaria por trás de empresas de terraplanagem na Zona Oeste em nome de "laranjas". Empresas legalizadas estariam sendo obrigadas a comprar aquele material extraído pelos bandidos. 
Parte de um morro foi removida e muitas árvores foram arrancadas. A região explorada pelos criminosos foi devastada.

Em recente operação da DHBF, Nilton da Silva Sabino, de 25 anos, conhecido como Pingo e apontado como homem de confiança do miliciano Ecko, foi morto em confronto com agentes da especializada. O tiroteio ocorreu durante uma operação no bairro de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. A ação contou também com a participação de agentes da Subchefia Operacional da Polícia Civil, que também atua no combate a milícias no Rio. 

Um que escapou e também está sendo procurado é o miliciano Felipe Ferreira Corolino, o Zulu. O ex-traficante é apontado como gerente do tráfico na comunidade do Rodo (Rola), em Santa Cruz, e teria entrado em desentendimento com comparsas do Comando Vermelho e acabou negociando sua ida para uma milícia do Ecko. Zulu
seria um bandido com grande atividade no Rodo, onde participou de várias guerras, ao lado do seu ex-aliado Léo do Rodo. 
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