O Salão Carioca do Livro (Ler – Festival do Leitor), que foi realizado no Píer Mauá, no Centro do Rio, do dia 9 até o último domingo (15), recebeu, em sua quarta edição, cerca de 256 mil visitantes, entre moradores do Rio e de visitantes de outras cidades, além de professores e estudantes. O evento tornou-se Patrimônio Imaterial do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo a organização do LER, ao todo, ocorreram mais de 610 atividades durante a semana de realização do evento. Dentre os mais de 1.000 autores, ilustradores e artistas, estiveram presentes Valter Hugo Mãe, Rodrigo França, Raphael Montes, Ricardo Cravo Albin, MV Bill, Zélia Duncan, Luiz Antônio Simas, Thalita Rebouças, Eduardo Bueno, Vilma Piedade, Lenine, Elisa Lucinda, Pedro Rhuas e Elayne Baeta.
As exposições tiveram destaque: o público foi presenteado com as mostras de José Saramago e Clarice Lispector. Os trabalhos das comunidades também estiveram no evento, com ênfase no livro "Rocinha Sobre Lente" de quatro jovens moradores, que retrata o dia a dia na favela. Nessa edição, além dos inúmeros palcos literários, música, teatro e manifestações culturais, a LER inovou com atividades do universo Geek, com três espaços inteiramente dedicados ao mundo jovem.
Para além do Píer Mauá
A LER promoveu,em sua abertura, o maior encontro da língua portuguesa, um bate papo intitulado "Conversas em nossa língua", que lotou os 1200 lugares da Grande Sala da Cidade das artes com os maiores nomes da literatura lusófona da atualidade: Mia Couto, Valter Hugo Mãe, José Eduardo Agualusa e Ailton Krenak, mediados pela jornalista Glória Maria.
O evento preparou também, no último sábado, no Maracanãzinho, a conferência “Contando histórias para empoderar e humanizar”, com a renomada escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, mediada pela escritora e filósofa feminista Djamila Ribeiro, tendo como mestre de cerimônia a jornalista e ativista Luana Genot. Com público de 3.000 pessoas, a conferência foi gratuita e teve as inscrições esgotadas em apenas 45 minutos.
No domingo, o Festival levou a escritora nigeriana para conhecer a Biblioteca Parque da Rocinha, ao lado do autor Octavio Junior, que apresentou o seu projeto Invasão de Livros. No mesmo dia, o rapper MV Bill sua autibiografia “A vida me ensinou a caminhar”, sua quarta obra literária. Ele ainda deu palestra sobre como lidou com o racismo na sua carreira e enfrentou as barreiras para conquistar espaços através da música. O pesquisador musical Ricardo Cravo Albin lançou o livro “Pandemia e Pandemônio”, uma reflexão sobre a Covid-19 e falou do próximo livro que pretende lançar no segundo semestre deste ano, sobre composições feitas pelo imperador D. Pedro I.
“A LER foi criada para estimular a paixão pela leitura desde a infância e trouxe ainda atrações interativas. Clássicos da literatura viram peças de teatro; músicos e circo encantam os leitores; exposições interativas misturam artes plásticas, audiovisual, moda e tecnologia. O festival fez questão de contemplar e integrar todos os estudantes, inclusive os do turno da noite, que pouco conseguem participar dos festivais por questões de horário. A LER é um grande encontro que reúne autores de todas as vozes, livrarias, editoras de todo o país, tecnologia e muito mais”, explicou Jerônimo Vargas, diretor da LER.