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Chorume do aterro de Gramacho polui mangue, Rio Iguaçu e Baía da Guanabara

Pescadores viraram “catadores de rio” e sobrevivem recolhendo objetos recicláveis que encontram nas margens e na água

Por Anderson Madeira em 02/06/2022 às 19:22:48

Foto: Divulgação

Não é de hoje que o Rio Iguaçu, que desagua na Baía de Guanabara, sofre com a poluição, prejudicando a pesca artesanal na região. Agora, os pescadores denunciam que empresas que atuam no aterro sanitário de Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, está despejando chorume no mangue, no rio e na baía. Eles pedem providências urgentes por parte das autoridades.

“Infelizmente, eu tive de perder mais um dia de trabalho para mostrar às autoridades públicas o que vem acontecendo dentro do aterro sanitário de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, por descaso público. As empresas que atuam no aterro vêm despejando o chorume no mangue, no rio e na Baía da Guanabara. Esperamos que as autoridades públicas venham tomar providências urgentes contra essa covardia”, declara Gilciney Lopes Gomes, presidente da Colônia de Pesca de Duque de Caxias.

Os pescadores viraram “catadores de rio” e sobrevivem recolhendo objetos recicláveis que encontram nas margens e na água.

Procurado, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que não recebeu nenhuma demanda recente sobre o problema. Desta forma, irá tomar as providências cabíveis para verificar se está havendo despejo de chorume no mangue, no Rio Iguaçu e Baía da Guanabara.

O Inea contou ainda que nos últimos três anos, deflagrou, na região do Aterro Controlado de Jardim Gramacho, mais de 40 operações com o objetivo de combater irregularidades contra o meio ambiente, tendo já aplicado mais de R$ 10 milhões em multas na região, além de medidas de apreensão, embargo interdição e suspensão. A população pode denunciar por meio da Ouvidoria do Inea pelo telefone 2332-5974.

O órgão ambiental estadual fiscaliza os aterros sanitários que licencia, que estão instalados no entorno da Baía de Guanabara, e quando constata vazamentos, adota as medidas cabíveis previstas em lei. Os aterros sanitários possuem licenciamento ambiental e são estruturas executadas e operadas dentro de normas de engenharia e pelas legislações vigentes. Quando ocorre um vazamento em local licenciado, o mesmo é imediatamente identificado e iniciados os processos administrativos e operacionais necessários para garantir a segurança ambiental.

A coleta do lixo urbano é de competência do município. Os resíduos que vão para a baía são decorrentes do descarte irregular da população nos rios que drenam para a baía. A Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade e o Inea trabalham ações de educação ambiental a fim de conscientizar a população sobre a importância de se adotar boas práticas ambientais, como por exemplo, o descarte adequado do lixo. Um exemplo é o Programa Ambiente Jovem lançado pelo Estado. O objetivo é capacitar os jovens para que se tornem líderes ambientais em suas comunidades.

Por decisão judicial, o aterro de Gramacho, atualmente, encontra-se sob gestão da Comlurb.


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