Não haverá retorno da obrigatoriedade do uso de máscaras na cidade do Rio de Janeiro, seja ao ar livre ou em espaços fechados. Quem garante é o prefeito Eduardo Paes, em uma postagem publicada nesta quinta-feira (02), em seu perfil numa rede social. Hoje, a Secretaria Municipal de Saúde apresentou, no Centro de Operações do Rio, a situação epidemiológica da Covid-19 na cidade. Embora nas últimas oito semanas tenha havido um aumento do número de casos confirmados da doença, o índice é ainda muito inferior ao observado em janeiro deste ano, quando houve um pico de casos.
“Nas últimas duas semanas, temos tomado conhecimento de relatos de muita gente próxima e de pessoas do nosso entorno que têm testado positivo para a Covid-19. Vale lembrar que estamos no período do ano de temperaturas mais frias, que é um momento mais propício para a ocorrência de síndromes gripais. A 'gripe comum', que não se trata da Covid-19, representa hoje cerca de 80% dos casos das pessoas que têm se testado. Ou seja, a maior parte dos casos de síndromes gripais registrados hoje na cidade do Rio não se trata de Covid, o que é uma boa notícia”, informou o chefe do Executivo carioca.
“(...) Diante da nova realidade, com nossa ampla cobertura vacinal, não iremos impor nenhuma medida impositiva, como a obrigatoriedade do uso de máscara. No entanto, recomendamos que idosos, pessoas com comorbidades e demais grupos de risco, façam o uso da máscara, sempre que possível. Temos visto, em muitas unidades de ensino, tanto públicas quanto privadas, alguns surtos surgindo. Desta forma, recomendamos também aos responsáveis que, se possível, mandem suas crianças para a escola usando máscaras”, aconselhou.
O prefeito ainda pediu para os cidadãos tomarem todas as doses da vacina, para ficarem mais protegidas.
“Acredito na ciência e a maioria do povo carioca também, isso se comprova através de um dos maiores índices de vacinação do mundo em nossa cidade. Ainda assim, aos poucos teimosos que insistem em não se vacinarem, faço novamente um apelo para que se vacinem o quanto antes. A vacina protege e salva vidas! A todas e todos que tomaram apenas a primeira e/ou a segunda dose, não percam tempo e vão logo a um posto para tomar a terceira e completar o seu ciclo vacinal. A quem estiver apto a tomar a quarta dose e ainda não o fez, faça já”, recomendou.
Sem aumento de óbitos
Segundo a situação epidemiológica da Covid-19 na cidade, apresentada pela prefeitura, na segunda semana epidemiológica de 2022 (de 9 a 15 de janeiro), chegaram a ser confirmados quase 184 mil casos, contra cerca de 5 mil da 21ª semana (de 22 a 28 de maio). Apesar do aumento registrado nessas últimas semanas, não foi observado crescimento da média móvel de óbitos. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reforçou a importância da vacinação completa para manter a estabilidade da situação epidemiológica.
“Estamos ainda no campo das recomendações, não vamos impor nenhuma medida restritiva, entendemos que vivemos um outro momento, em que a maioria das pessoas está vacinada. Mas apelamos para as pessoas que ainda não tomaram a vacina que, por favor, se dirijam a uma unidade de saúde do município e tomem a vacina. Sugerimos que os idosos e as pessoas com algum tipo de comorbidade usem máscaras. Também recomendamos que os responsáveis mandem seus filhos para a escola utilizando máscaras”, afirmou Paes, durante o evento.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, atualmente, cerca de 1,2 milhão de pessoas que já poderiam ter completado seu esquema vacinal contra a Covid-19 estão com alguma dose atrasada (incluindo a de reforço), o que causa muita preocupação à SMS, pois ficam mais vulneráveis às complicações da doença. A vacina está disponível nas unidades de Atenção Primária de toda a cidade, sendo o esquema vacinal recomendado de duas doses para crianças entre 5 e 11 anos; três para adolescentes (a partir de 12 anos) e adultos; quatro doses para idosos com 60 anos ou mais.
A cobertura da população de 18 anos ou mais com a dose de reforço (DR) está em 65,9% e a de idosos com a segunda dose de reforço (DR2) em 45,7%, o que é considerado insuficiente para o momento atual, um ano e quatro meses depois de iniciada a campanha de vacinação contra a doença.
“Esse aumento de casos neste momento já era esperado. A Secretaria de Saúde se preparou para isso. Temos hoje em estoque um milhão de testes, todas as nossas unidades têm testes disponíveis. Além disso, estamos reforçando as equipes nas unidades em que há um aumento no número de casos acima da média”, disse o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Prado.
Em 2022, considerando o período de pico da pandemia no início do ano, o município registra quase 463 mil casos confirmados de Covid-19, dos quais menos de 1% (4.453) evoluiu para a forma grave da doença e 1.749 pessoas faleceram (em 2021, foram 307 mil casos com 43 mil casos graves e 16 mil mortos; e em 2020, 221 mil casos, com 42 mil graves e 18 mil mortos). A taxa de mortalidade está em 26,3/100 mil habitantes e a de letalidade, em 0,4%; contra 243,5/100 mil e 5,3% do ano passado; e 284,8/100 mil e 8,6% do primeiro ano da pandemia, respectivamente.
No momento, há 69 pacientes internados com Covid-19, o que representa 1% de todas as pessoas hospitalizadas na rede SUS na cidade. Os leitos para cuidados de pacientes Covid-19, atualmente, estão concentrados no Instituto Nacional de Infectologia da Fiocruz e no Hospital Universitário Pedro Ernesto. A taxa de ocupação dos leitos operacionais de Covid-19 está em 97%, ou 53%, se contar com a reserva atual de leitos.
Neste sábado (04), quando se encerra a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza e o Sarampo, será o dia D de vacinação e a Secretaria Municipal de Saúde vai permitir a aplicação da vacina da gripe em todas as pessoas, a partir de seis meses de vida, independentemente de fazerem ou não parte de algum grupo prioritário. Haverá mais de 450 pontos de vacinação na cidade, entre unidades de Atenção Primária e postos extras (veja os endereços e as vacinas disponíveis em cada um deles em rio.rj.gov.br/web/sms), abertos das 8h às 17h. Quem tiver a partir de 5 anos e for aos postos poderá tomar juntas a vacina da gripe e alguma do esquema vacinal da Covid-19 que ainda esteja em aberto. As crianças de seis meses a 4 anos poderão tomar a vacina da gripe e do sarampo (em dose extra, independentemente da situação vacinal) e, nas unidades de saúde, quaisquer outras do calendário da criança e do adolescente que estejam eventualmente em atraso.