Cais do Valongo se torna oficialmente patrimônio Mundial da Unesco
Sítio arqueológico é o maior marco físico da história da escravidão em todo mundo
Foto: Thomaz Silva/Agência Brasil
O Cais do Valongo, sítio arqueológico localizado na zona portuário do Rio, se tornou oficialmente patrimônio mundial da Unesco. A cerimônia de entrega do título aconteceu nesta sexta-feira (23) e contou com a presença de autoridades e de representantes de entidades ligadas à preservação da cultura e história africanas e também mundial.
Descoberto por acaso em 2011, durante escavações realizadas para uma obra na região portuária do Rio, o Cais do Valongo, localizado entre as ruas Coelho e Castro e Sacadura Cabral, é considerado pela Unesco o maior marco físico da escravidão em todo o mundo. O cais foi construído em 1811 para receber africanos escravizados. Durante 20 anos de funcionamento para esse fim, estima-se que 1 milhão de escravos tenham desembarcado naquele pequeno pedaço do Rio de Janeiro. Na avaliação da Unesco, a importância história do Cais do Valongo assemelha-se à cidade japonesa de Hiroshima, arrasada por uma bomba atômica, em 1945, e aos campos de concentração de Auschiwitz, na Polônia, considerado o maior símbolo do nazismo. A bomba de Hiroshima matou 250 mil japoneses. Nos campos de Auschiwtiz, foram sacrificados 1 milhão e 300 mil judeus.
Oficialmente registrado como patrimônio mundial, O Cais do Valongo agora estará com a manutenção sob os cuidados do Iphan, da Unesco, de entidades civis e da Prefeitura do Rio, que já era a responsável direta pelo sítio arqueológico. O Governo dos Estados unidos anunciou uma doação de R$ 2 milhões para ajudar na preservação do maior marco físico da escravidão de que se tem conhecimento em todo o planeta.