O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta sexta-feira (23/11) que a Polícia Federal investiga um complô envolvendo agentes públicos e uma força política que impedem a conclusão das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.
O ministro passou pela Fundação Getúlio Vargas no final do Simpósio Nacional Contra a Corrupção. Jungmann disse também que o Ministério da Segurança Pública tentou por três vezes incluir a Polícia Federal nas investigações do caso Marielle. Lembrou que uma ação impediu a procuradora-geral da República, Raquel Doge, de atuar no caso sob a alegação de ‘deslocamento de competência’:
“Nós nunca participamos desde o início. A Polícia Federal foi afastada do caso. cheguei a discutir com diretor geral a constituição de uma equipe de elite, mas foi negado. Entenderam que não era o caso. Em um terceiro momento tivemos, junto com a procuradora-geral da Republica, o acesso a três depoimentos. Um deles do Orlando Curicica, e de outro depoimento, que permanece no anonimato e que fazem acusações a agentes públicos do Rio de Janeiro. Existe uma grande articulação envolvendo agentes públicos, políticos e um esquema muito poderoso que não teria interesse na elucidação do caso Marielle Franco”, disse o ministro.
Crime político
Jungmann concorda com o secretario de Segurança Pública quando ele diz que existem agentes públicos envolvidos no assassinato. Provavelmente políticos. Uma força tarefa trabalha para identificar quem está por trás desse complô.
“Nossa expectativa e elucidar este crime até o final do ano. Mas é difícil. Foi um ato contra a democracia. A Marielle defendia causas de interesse da sociedade”, disse.
Quando perguntado sobre se há deputados e policiais civis envolvidos, Jungmann não quis comentar.
A Polícia Federal atua no caso há aproximadamente três semanas, segundo o ministro.