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Chefão do TCP, traficante Peixão é suspeito de pagar por proteção policial

Peixão é acusado de vários crimes na região da Cidade Alta

Por Mario Hugo Monken em 25/11/2018 às 11:10:19

Foto: Disque-denúncia

Um dos líderes da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) e chefão do tráfico nas comunidades Parada de Lucas, Vigário Geral e Cidade Alta, todas na Zona Norte da cidade, Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, pode estar pagando para receber proteção policial e não ver seus negócios serem atrapalhados.

A informação consta em um processo que tramita  na 23ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça. Sem citar nomes de policiais e valores, os autos indicam que a quadrilha de Peixão "busca de relação promíscua com agentes da segurança pública".  

Denúncias que circulam nas redes sociais e internet indicam que o traficante supostamente estaria pagando propinas que variam entre R$ 1.5 mil a R$ 25 mil a PMs, que seriam dadas aos fins de semana ou semanalmente.

A corporação, porém, informa que, para serem investigadas, essas denúncias precisam ser enviadas para a Corregedoria pelos canais: WhatsApp através do número (21) 97598-4593, por telefone pelo número (21) 2725-9098 ou ainda pelo e-mail [email protected].

Nos últimos anos, surgiram outras denúncias de corrupção envolvendo Peixão e policiais.  Em 2016, uma denúncia apontou que o traficantes realizavam um pagamento semanal aos PMs, às sextas-feiras, sábados e domingos e para um policial civil, às terças-feiras, para não importunar o tráfico nas comunidades Aymoré e Buraco do Boi, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

A entrega da propina era feita no interior das comunidades, em postos de gasolina ou dentro dos próprios DPOs para posterior repartição entre os policiais envolvidos. Os valores chegavam a R$ 70 mil. Os DPO´s recebiam R$ 9 mil por semana, em parcelas de R$ 3 mil cada sexta, sábado e domingo. Cada equipe do GAT recebia R$ 5 mil por semana e a P2 recebia R$ 3 mil por semana. Já o policial civil recebia R$ 3 mil por semana, segundo as investigações.

Em outra investigação, PMs foram acusados de se unir a quadrilha de Peixão para matar a  líder comunitária Glória Miccas que seria um elo entre maus policiais e bandidos da facção rival Comando Vermelho (CV) que estavam interessados em retomar o controle da Cidade Alta, que fora perdido para o TCP.

O CV pagava propina a policiais militares para ajudar a voltar para a Cidade Alta mas romperam com o grupo e passaram a apoiar o TCP e receber arrego desta facção. Segundo denúncia, na ocasião da morte de Glória, Peixão teria sido visto usando uma farda da PM.

Sanguinário e dominador, este é o perfil de Peixão, que detém poder de vida e morte sobre as pessoas das comunidades por ele controladas. Ele responde a processo na Justiça por ter executado barbaramente um dos seus soldados, Ubiratan Fernandes Barbosa, o Birinha, que teve o corpo esquartejado e nunca encontrado.

O crime foi cometido por vingança já que Birinha, horas antes, sob efeito do álcool, havia matado um integrante da organização identificado como Monstro.

Peixão é suspeito de ter mandado matar também dois de seus gerentes. Um deles, de vulgo Baratão, que antes pertencia ao Comando Vermelho e pulou para o TCP e o outro que era seu amigo pessoal e homem de confiança, de vulgo "32" ou "Geléia", que seria o responsável em pagar as supostas propinas aos policiais, que agora quem assumiu o seu lugar em pagar o arrego é o traficante "Mineiro".

Peixão cobra taxas de moradores na Cidade Alta. A população tem que pagar R$ 50 mensais para a quadrilha. 

Os ônibus não circulam mais na parte alta da comunidade, dificultando que os idosos e pessoas com deficiência possam usar o transporte público, além dos quebra molas enormes instalados pelo tráfico local.

Peixão domina também a comunidade Massapê, no Parque Paulista, em Duque de Caxias, também na Baixada. Ele abastece os pontos de venda de drogas da favela com entorpecentes vindos de Parada de Lucas.

O traficante tenta expandir seus domínios e busca tomar o controle da comunidade Cinco Bocas, em Brás de Pina, além de interferir também na guerra pelas bocas de fumo em Japeri, também na Baixada.

O segundo homem na hierarquia da quadrilha de Peixão seria Rodrigo Ribeiro da Silva, vulgo Jeremias.

O Disque-Denúncia oferece uma recompensa de R$ 2 mil para quem ajudar com informações que levem à captura de Peixão.
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