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Ação ambiental coleta mais de meia tonelada de resíduos em praias do Rio

CleanUp Bay 2022 ocorreu em comemoração ao Mês do Meio Ambiente e divulga ranking dos materiais mais encontrados na Baía de Guanabara

Por Portal Eu, Rio! em 27/06/2022 às 17:55:24

Fotos: Divulgação/Rodrigo Campanário

O descarte incorreto de resíduos se tornou uma preocupação urgente em todo o mundo. Como parte das comemorações pelo Mês do Meio Ambiente e com o objetivo de sensibilizar a população fluminense para essa questão, 169 voluntários participaram do CleanUp Bay – Dia de Limpeza da Baía de Guanabara. Durante a operação, que ocorreu em Paquetá (Praia José Bonifácio), Ilha do Governador (Praia da Bica) e São Gonçalo (Praia das Pedrinhas), foram recolhidos 530 kg de resíduos em 180 metros de faixas de areia em apenas uma hora de coleta. O plástico mais uma vez foi o material mais encontrado.

Promovida pela Rede de Conservação Águas da Guanabara (REDAGUA), — integrada pelos Projetos Coral Vivo, Guapiaçu, Meros do Brasil e Uçá, patrocinados pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental — a ação ocorreu ainda em praias da Argentina e Moçambique. O evento é inspirado no CleanUp Day, iniciativa mundial de limpeza, que ocorre anualmente em setembro. A proposta do CleanUp Bay é potencializar os resultados em rede, atuando em regiões ainda não privilegiadas por outras ações de coleta de resíduos.

“O resíduo quando não é tratado, não é categorizado, quando não é fruto de políticas públicas, ele vira o famoso lixo! A seleção e a categorização por um protocolo cientifico utilizado nacionalmente, gera – no mapeamento do Ministério do Meio Ambiente – um panorama dos resíduos que chegam às nossas praias. Isso infelizmente, vai parar nos oceanos”, explica a coordenadora de políticas públicas do Projeto Coral Vivo, Maria Teresa Gouveia. O material coletado no CleanUp Bay foi classificado, registrado e pesado para diagnóstico e efetiva implementação de ações pelo poder público.

Do total coletado, 39% foram resíduos plásticos encontrados sob diferentes formas, desde itens maiores como sacos de plástico, redes de pesca e fragmentos de isopor, até lacres e anéis de plástico das embalagens de bebidas, além de canudos e brinquedos, que podem conduzir ao enredamento e lesões nos peixes, mamíferos e aves marinhas.

“O plástico é sempre o mais encontrado por ser um dos materiais que mais demoram para se decompor no ambiente, além de ser o mais consumido e descartado de forma rápida”, destaca a consultora executiva do Projeto UÇÁ na REDAGUA, Andresse Gnoatto.

Já entre os materiais que mais surpreenderam os voluntários, estava um simulacro de arma de fogo, amostras de sangue e pinos de plástico.

Engajamento infantil

O CleanUp Bay também contou com a participação de diversas crianças e jovens, que desde cedo querem contribuir com um mundo mais sustentável. É o caso da Érica Beatriz, de apenas sete anos. “Limpar as praias de Paquetá traz felicidade e tristeza. Tristeza porque nós vemos a quantidade de lixo que existe pra deteriorar e o que os seres humanos jogam no mar. E felicidade, porque limpamos a maioria dessa bagunça", disse a pequena moradora de Paquetá.

Ranking dos materiais mais encontrados durante o CleanUp Bay (por peso - kg):

1- Plástico (geral) – 206,97

2- Vidro ou cerâmica - 143,3

3- Produtos têxteis - 73,4

4- Madeira processada - 71,06

5- Borracha – 5,115

6- Metal - 1,065

7- Papel - 0,365

8 – Outros lixos, como bituca de cigarro e seringas – 13,65

Sobre a REDAGUA

A Rede de Conservação Águas da Guanabara (REDAGUA) é uma rede de atuação territorial que reúne quatro projetos patrocinados pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental — Coral Vivo, Guapiaçu, Meros do Brasil e UÇÁ — e tem como missão potencializar resultados para alcançar a melhoria da sociobiodiversidade da região da Baía de Guanabara.

As ações da REDAGUA conectam os diferentes ambientes de atuação dos projetos que a integram. Na porção leste da Baía de Guanabara, o Projeto Guapiaçu contribui para o fortalecimento do ecossistema da bacia hidrográfica Guapi-Macacu por meio da restauração ecológica, educação ambiental, monitoramento de biodiversidade e reintrodução de fauna. O fundo da Baía, também em sua região leste, conta com a forte atuação do Projeto UÇÁ, que luta pela conservação de seus manguezais, disseminando também conhecimentos sobre os ambientes costeiros marinhos.

Já o Projeto Meros do Brasil é comprometido com a preservação e recuperação dos meros (Epinephelus itajara), espécie ameaçada por capturas ilegais, que tem sua fase inicial de vida nos manguezais da Baía e nas áreas de foz de seus rios. Completando o time, o Projeto Coral Vivo traz à população o conhecimento sobre os diversos e frágeis ambientes coralíneos, abrangendo as áreas insulares do entorno da Baía, focos do Plano de Ação Nacional para Conservação dos Ambientes Coralíneos – PAN Corais.

Entre os objetivos da rede, está demonstrar, por meio de diversas ações, que a Baía continua viva e resiliente.

Sobre o Projeto UÇÁ

Desde 1998, a ONG Guardiões do Mar atua como incubadora de projetos e ações socioambientais que produzem conhecimento científico e mobilizam lideranças comunitárias e de povos tradicionais para a conservação de manguezais e combate ao lixo nos ecossistemas costeiros. É a realizadora do Projeto UÇÁ, com o patrocínio da Petrobras por meio do programa Petrobras Socioambiental, iniciativa que mais retirou resíduos sólidos no recôncavo da Guanabara na última década: retirou 44 toneladas de lixo de 36 hectares deste ecossistema através da Operação LimpaOca, restaurou 182 mil metros quadrados de florestas de mangue na APA de Guapi-Mirim e plantou mais de 64 mil árvores das três espécies de mangue.

Pioneira em educação ambiental inclusiva, foi vencedora do Prêmio Hugo Werneck (2017) e do Prêmio Firjan Ambiental (2020). Integra a Rede Águas da Guanabara – REDAGUA, a Rede Nacional de Manguezais – RENAMAN, participa da Rede Manguezais Litoral Norte de SP e do Movimento Viva Água – Baía de Guanabara. Para o triênio 21/24, atua em ações integradas com realização de serviços ecossistêmicos, educação ambiental e pesquisa em seis municípios que fazem parte da região hidrográfica da Baía de Guanabara. Mais informações em facebook.com/projetouca/ e no Instagram @projetouca.

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