Segundo o Censo Pet, existem cerca de 139,3 milhões de animais de estimação no país, entre cães, gatos, aves e répteis. Diante desse cenário em que o número cresce a cada ano, a fisioterapia veterinária está ganhando espaço entre os tutores e tende a crescer cada vez mais, tanto para pets idosos que acabam apresentando problemas com o passar da idade, quanto para pets de qualquer idade que são acometidos com doenças agudas e crônicas e que prejudicam a locomoção.
Todos conhecem ou já ouviram falar em fisioterapia de humanos, mas muitos não sabem que essa especialidade está cada vez mais capaz de tratar - e com muito sucesso - os amigos de quatro patas.
Doenças ortopéticas, neurológicas e sistêmicas são as mais tratadas com fisioterapia
A fisioterapia e a reabilitação veterinária possibilitam complementar e acelerar o tratamento dos pacientes pets, proporcionando qualidade de vida aos que possuem algumas doenças crônicas ou irreversíveis.
A médica-veterinária especializada em fisioterapia do Hospital Veterinário Batel (HVB), Leticia Gabriele Nunes Bronze, explica que normalmente são mais indicados para o tratamento de pacientes com doenças ortopédicas, neurológicas, sistêmicas, como a doença renal, por exemplo, bem como tratamento de feridas, pós-operatório, entre outros.
Vantagens e resultados da fisioterapia veterinária
A médica-veterinária, que atua na Mundo à Parte, franquia de reabilitação localizada dentro do Hospital Veterinário Batel (HVB), enumera que as vantagens da fisioterapia são muitas e incluem redução de dor e inflamação, ganho de massa muscular, auxílio no emagrecimento em casos recomendados, redução de sintomas e prevenção do avanço de algumas doenças ou de novas lesões.
Entre os resultados, destacam-se o retorno dos movimentos que, em alguns casos, são perdidos de forma momentânea, diminuição no tempo de recuperação e avanço de algumas patologias. “Isso tudo traz qualidade de vida para os pets e para família que os acompanha”, informa Leticia.
Acupuntura, hidroterapia e laser
A médica-veterinária fisiatra da Mundo à Parte, Surya Martins, conta que, entre as técnicas disponíveis, estão as terapias manuais, como massagens e mobilização das articulações. “Essas técnicas promovem relaxamento de musculaturas, drenagem de edemas e melhora da lubrificação articular”, avalia.
Além disso, existem aparelhos que auxiliam na redução da dor, inflamação e ganho de massa muscular, como o laser, a magnetoterapia e a eletroterapia. Em alguns casos em que os pets necessitam perder peso, reaprender a marcha da caminhada ou tratar certas inflamações, a hidroterapia, que consiste na esteira dentro da água, também é indicada. “No nosso ramo de atuação, inserimos em nosso dia a dia o olhar da medicina veterinária integrativa, que inclui também a acupuntura e o ozônio. Ambos ajudam no controle da dor, inflamação e fornecem bem-estar para os pacientes”, enumera Surya.
Caso de sucesso em cão da raça Bernese: vida ativa após 3 meses de tratamento
Surya cita o exemplo de caso de sucesso de um paciente chamado Milo, um cão da raça Bernese, que chegou com problema de claudicação por tenossinovite bicipital, que é semelhante à tendinite nos humanos.
Durante o tratamento, as médicas-veterinárias descobriram ainda uma displasia coxofemoral, que é a degeneração da articulação do quadril. “Utilizamos todos os recursos que temos disponíveis para que ele voltasse a ter o estilo de vida de um cão super ativo que era. Passou pelos aparelhos, acupuntura, hidroterapia e exercícios de solo. Ele chegou mancando por causa de inflamação no tendão do bíceps e, depois de três meses, agora tem uma vida normal novamente”, comemora Surya.
Em outro caso, de uma paciente chamada Rebeca, uma daschund de sete anos e duas cirurgias de coluna, onde perdeu momentaneamente os movimentos das patas posteriores, foram realizados tratamentos para que a cachorrinha voltasse a andar.
Nesse caso, foram aplicadas sessões de acupuntura, hidroterapia e exercícios de solo, tanto na clínica quanto recomendações aos tutores, que deveriam realizar exercícios prescritos. “É bom lembrar que, na fisioterapia veterinária, não se faz nada sozinho. Há casos como os de Rebeca, que precisava retornar a andar, em que a participação do tutor é fundamental para que possamos verificar evolução sessão após sessão. Foi o que aconteceu. Dois meses depois da segunda cirurgia de hérnia de disco, ela retomou os movimentos e hoje prossegue com o tratamento preventivo com aparelhos, acupuntura e todas as técnicas de fisioterapia”, conclui Surya.