O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, denunciou, na quarta-feira (13/07), os policiais militares Rodrigo Correia de Frias e Marcos Felipe da Silva Salviano pelo homicídio de Kathlen Romeu, no dia 8 de junho de 2021, no Complexo do Lins, Zona Norte do Rio.
De acordo com a denúncia, os dois policiais atingiram Kathlen ao dispararem contra pessoas que estariam vendendo drogas na localidade conhecida como Beco da 14. Eles realizavam patrulhamento de rotina no local e teriam avistado indivíduos em situação que indicava que faziam o comércio ilegal de entorpecentes. Segundo a denúncia, os suspeitos, sem que percebessem a presença policial, foram alvos de disparos efetuados por Marcos Salviano e Rodrigo Frias, não havendo qualquer ação que legitimasse a referida agressão.
Os tiros não atingiram os supostos traficantes, que fugiram. Contudo, um deles, por erro, vitimou Kathlen Romeu, que estava grávida. No momento da ação ela caminhava com sua avó pela Rua Araújo Leitão. O MPRJ chama atenção ao fato de os policiais militares terem atirado em direção à Rua Araújo Leitão, que sabiam se tratar de uma via de grande movimento de carros e pessoas.
A Promotoria ressalta que apesar de a ação ter sido dirigida a criminosos, eles não ofereciam risco aos policiais ou a terceiros, pois já estavam em fuga. A denúncia ressalta, por fim, que a fundamentação de prévio confronto com traficantes se apresenta como cenário inteiramente dissociado dos elementos probatórios. A denúncia foi recebida pela 2ª Vara Criminal da Capital. Na denúncia, o Ministério Público não pede a prisão preventiva dos policiais, por não identificar risco de destruição de provas. A promotoria requer ao juízo, contudo, que impeça os agentes de segurança citados na denúncia de qualquer contato com a família da jovem ou testemunhas arroladas no processo.
Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Nacional sobre a denúncia de dois policiais militares pelo Ministério Público, por conta do homicídio da modelo Kathlen Romeu.
Fonte: Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro