Um casarão antigo, localizado na Rua Visconde Silva, 152, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, e que sempre chamou a atenção dos moradores da área pela beleza e a boa conservação da fachada, vai ser demolido. O imóvel, de 1915, pertence à SPE SOT V Incorporações Ltda, de Niterói, que tem entre os sócios a construtora Soter Engenharia. A licença para a demolição foi dada pela Prefeitura do Rio no primeiro semestre deste ano. O casarão fica numa área de 600 metros quadrados.
Nos últimos anos, o imóvel abrigava um restaurante de comida mineira e, entre os anos de 1970 e 1980, foi sede da empresa Maria Teresa Weiss, uma das maiores fabricantes e vendedoras de picolés das praias do Rio há 30 anos. No coroamento da fachada principal, existe um monograma (mistura de duas ou mais letras que tem a finalidade de formar um elemento identificador) com as letras L e R. Ainda pode-se notar o ano da construção e um vitral colorido no cômodo principal, de onde desponta a sacada.
A notícia da demolição teve repercussão nas redes sociais, onde moradores protestaram contra o possível fim do casarão. No Facebook, foi divulgado nas páginas Rio Antigo, Viver Botafogo e Casas & Prédios Antigos. “Na terça-feira, 2, visitei o local para tentar evitar o desaparecimento desse exemplar arquitetônico de 107 anos. Terá esse triste fim por não ser tombado”, lamentou um internauta. “Não é uma construção, é mais uma obra de arte sendo destruída. No mínimo, o demolidor deveria ser obrigado a fazer uma planta detalhada deste imóvel, um arquivo digital de todos os detalhes arquitetônicos e artísticos, uma maquete virtual sendo divulgada para consulta pública. E [que] o coroamento e outros detalhes sejam preservados em alguma área do novo imóvel”, disse outro.
Autoridades ausentes
Procurada, a Soter respondeu a com a seguinte nota.
“A Soter Engenharia esclarece que os serviços realizados no imóvel situado na Rua Visconde Silva, 152, estão devidamente licenciados pelos órgãos competentes”.
Contudo, a empresa não informou quando ocorrerá a demolição nem o que vai ser construído no lugar.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) – Núcleo Rio de Janeiro foi indagado sobre um possível tombamento do casarão e não se manifestou, até o momento. A Prefeitura do Rio também não se pronunciou.