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Iate de luxo de Eike Batista, avaliado em R$ 18 milhões, vai a leilão na próxima semana

Empresário está condenado a 30 anos de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro

Por Sérgio Meirelles em 06/12/2018 às 11:43:50

O empresário Eike Batista sofreu mais um revés em sua tumultuada vida. Agora, o ex-homem mais rico do Brasil e também condenado a 30 anos de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro, deve perder um dos seus bens mais valiosos: um iate de luxo avaliado em R$ 18 milhões. O juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, determinou o leilão da embarcação na próxima semana.

O iate Pershing SPA tem salas, quatro quartos, sendo duas suítes e espaço para guardar dois jet skis. A embarcação, considerada de alto luxo, tem capacidade para 22 pessoas, sendo 21 passageiros e um tripulante. O barco está equipado com sistema de som MP3, vídeo, TV CLD de 67 polegadas na sala e TVs menores nos outros ambientes. A suíte máster é composta por sauna e closet e a cozinha é toda decorada em aço escovado. A 7ª Vara Federal Criminal do Rio confirmou a realização do leilão no dia 13 de dezembro, mas não deu mais detalhes do pregão público. O lance mínimo para arrematar o iate será de R$ 14,4 milhões.

Ascensão e queda

Vaidoso, a ponto de nunca aparecer em público sem a peruca que escondia sua calvície, Eike Fuhrken Batista da Silva, de 61 anos, tem a sua vida marcada por sucessos na área dos negócios, mas também é pontilhada por escândalos amorosos que envolveram sua ex-mulher e modelo Luma de Oliveira.

O empresário e Luma se conheceram em 1990 e, pouco tempo depois, eles se casaram. Luma estava grávida do primeiro filho do casal. Batista abandonou a sua ex-noiva, a uma semana da cerimônia de casamento para ficar com Luma. Em março de 2004, o casamento de Batista e Luma acabou de vez. Batista se irritava com a frequente exposição de Luma no noticiário. Mas a gota d`água da separação do casal foi a suposta traição de Luma, que teria se envolvido com um oficial do Corpo de Bombeiros do Rio.

Mineiro de Governador Valadares e filho de Eliezer Batista, ministro de Minas e Energia no governo João Goulart (1961-1964), Eike Batista ganhou fama internacional como o empresário que melhor soube tirar proveito da euforia internacional com a economia brasileira, que havia sobrevivido à crise financeira global de 2008. De estilo arrojado, ele se aproveitou do apetite chinês por commodities e da abundância de matérias-primas no Brasil para vender o otimismo que investidores de todo o mundo viam o país.

Ambicioso e fluente em cinco idiomas, Batista montou um império de empresas em diversos setores, do petróleo ao entretenimento. O ápice dos seus investimentos teve início quando o empresário negociou os papeis da OGX - na época a maior empresa do conglomerado - na Bovespa. Além do sucesso com os negócios, o empresário ainda encontrava tempo para participar de ações voltadas à proteção da cidade do Rio de Janeiro e para estreitar os bons relacionamentos que possuía com políticos e autoridades ligadas aos governos estaduais e o federal.

Em Brasília, Batista tinha uma atenção especial dos ministros ligados aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT. No Rio, o empresário se tornou um parceiro do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), a ponto de, em certa ocasião, emprestar ao mandatário fluminense o seu avião particular para que Cabral pudesse participar de uma festa no Sul da Bahia, promovida pelo dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish, que fora condenado, meses depois, pela Justiça. 

Assim, o empresário mineiro e carioca por adoção construiu sua carreira de sucesso e fama. Em março de 2012, Batista foi citado como oitavo homem mais rico do mundo em uma lista da agência financeira Bloomberg, com um patrimônio estimado na época em US$ 34,5 bilhões. O império de Batista começou a ruir bem antes de março de 2014, quando começou a Operação Lava Jato no país. Em 2013, a renúncia de Batista da presidência e do conselho de administração da MPX, empresa de energia do conglomerado criado pelo empresário, selou o início da queda de quem um dia foi o homem mais rico do Brasil.

O inferno astral de Batista se acentuou em meados deste ano quando ele foi condenado a 30 anos de prisão por pagar propina de U$ 16,5 milhões ao ex-governador Sérgio Cabral e de R$ 1 milhão ao escritório de advocacia da ex-primeira-dama do Rio, Adriana Ancelmo, também condenada pela Justiça. Eike Batista cumpre pena domiciliar e está impedido de sair do país. Atualmente, ele responde a outros processos na Justiça Federal. Fernando Teixeira Martins, advogado do empresário, foi procurado pelo portal Eu,Rio! mas não foi localizado.

 

 

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