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Pré-candidatos ao Governo do RJ trocam farpas em debate equilibrado

Claudio Castro, Marcelo Freixo, Paulo Ganime e Rodrigo Neves participaram das discussões

Por Anderson Madeira em 08/08/2022 às 06:10:19

Debate para governador do Rio na TV Bandeirantes. Foto: Bruna Prado/Band/Divulgação

Quatro candidatos a governador do Rio de Janeiro participaram neste domingo (07) do primeiro debate entre postulantes ao Palácio Guanabara este ano, promovido por uma emissora de TV aberta. O evento ocorreu nos estúdios da Band, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. O atual chefe do Executivo, Cláudio Castro (PL), que tenta a reeleição, os deputados federais Marcelo Freixo (PSB) e Paulo Ganime (Novo) e o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT) apresentaram suas propostas para a população fluminense, em meio a trocas de farpas e acusações. O debate foi equilibrado, com cada um alternando bons e maus momentos.

Os quatro chegaram ao evento prometendo um debate focado em apresentação de ideias e propostas, em um bom nível. Contudo, não foi bem isso que os telespectadores assistiram. O debate foi dividido em três blocos e teve com mediadora a jornalista e apresentadora Taís Dias.

Os três candidatos da oposição, Freixo, Neves e Ganime fizeram críticas à gestão Cláudio Castro, apontando-a como um ‘desastre’ e continuação do governo de Wilson Witzel, afastado por impeachment. O representante do Novo criticou o setor de transporte público e a saúde. “Andei de trem de Queimados até o Centro do Rio e pude constatar que os passageiros não sentem confiança se vão chegar no trabalho ou na escola na hora e com vida. Os atrasos são constantes e não há segurança nas estações nem acessibilidade. As pessoas saem à rua com medo de serem assaltadas. A saúde também está ruim. Demora-se muito para marcar um exame e, depois, o paciente fica sem saber o que fazer”, apontou Ganime.

Neves concordou com o candidato do Novo e destacou que, no estado, há 1,5 milhão de pessoas vivendo em situação de extrema pobreza.

Ganime prometeu fazer uma gestão com secretariado técnico e baseada na eficiência, transparência e tecnologia. Já Neves baseou sua fala na experiência como prefeito de Niterói. “Vamos fazer um programa de renda básica para todas as pessoas em situação de pobreza, para reduzir a fome no estado. Em Niterói, durante a pandemia, fiz um hospital para tratar da Covid e hoje ele atende a população. Quero fazer a Linha 3 do Metrô ligando até Itaborai e concluir a Estação da Gávea. Desde 2014, há 19 projetos para a Região Metropolitana que não saíram do papel. Em Niterói, peguei uma cidade endividada e quitei as dívidas. Hoje é a primeira cidade em qualidade de vida no estado”, contou o candidato do PDT.

O esquema de cargos fantasmas na Cecierj, com uso eleitoral de verbas do órgão, denunciado essa semana, foi explorado pelos candidatos da oposição contra Castro. Freixo perguntou se o governador era culpado ou incompetente. “A verba poderia ser usada para construção de escolas e hospitais”, disse o candidato do PSB. “Não existem fantasmas se a pessoa tem que ir ao banco receber. Todos tiveram que dar nome e CPF. Fantasma seria se você não tivesse que ir ao banco Fizemos um Termo de Ajuste de Conduta com o Ministério Público do Estado para solucionar os problemas no órgão. Estamos fazendo tudo com transparência”, defendeu-se Castro.

Depois, o candidato do PL contra-atacou Freixo, acusando-o de não destinar emendas parlamentares para a Baixada Fluminense. “Vocês vão ver nesta segunda-feira (08), no meu Instagram, que não há nenhuma emenda do candidato do PSB para a Baixada. Ele ignora a região. Nem deve saber onde fica”, ironizou. Freixo defendeu-se dizendo ter destinado recursos para a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Seropédica.

Neves e Ganime fizeram uma dobradinha para atacar Freixo, segundo colocado nas pesquisas. “O candidato do PSB defende bandido. Votou sempre contra os policiais e a segurança no estado. O seu partido entrou com ação no STF para impedir operações policiais na pandemia”, apontou o candidato do Novo. Já o pedetista lembrou a atuação dos black blocs durante as manifestações de junho de 2013, que foi defendida por Freixo no passado. Neves ainda lembrou que os black blocs estiveram envolvidos na morte do cinegrafista da Band, Santiago Andrade. “Os black blocs praticaram atos de vandalismo nas manifestações. Freixo os defendia. Desde que saiu do PSOL e foi para o PSB, está desdizendo tudo o que dizia”, criticou Neves. Freixo chegou a pedir direito de resposta à Band, mas este foi negado.

Freixo contra-atacou Neves, lembrando que a cidade tem um trânsito completamente engarrafado. “Até a rua onde ele mora fica engarrafada. Não consegue resolver o problema na cidade que governou, mesmo sendo ela tão rica. A cobertura de saúde da família atinge apenas 36%”, criticou o candidato do PSB. Sobre o Novo, disse que este partido sempre votou favorável aos projetos do Governo Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Freixo prometeu que caso seja eleito, sua primeira medida será descongelar o salário mínimo regional, que está congelado há seis anos.

Enquanto o candidato do PSB associava seu nome ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Castro em nenhum momento citou Bolsonaro e destacou as ações de seu governo. Ganine citou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, de seu partido, como bom exemplo de gestão do Novo.

Em frente ao prédio da Band houve manifestações antes e durante o debate. Entre os ativistas, pessoas da extrema direita - que aplaudiram Castro na entrada da emissora - e servidores da área da saúde do estado que protestaram contra o governador.

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