O juiz Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, decidiu, nesta segunda-feira (5/9), substituir uma das duas ordens de prisão preventiva contra a delegada Adriana Belém pela aplicação de medidas cautelares.
A decisão diz respeito à denúncia de lavagem de dinheiro - a delegada foi detida em maio com R$ 1,8 milhão em casa. Ela, porém, ainda não será posta em liberdade de imediato, por ter prisão decretada por corrupção em processo referente à Operação Calígula.
Na decisão, o juiz ratificou o recebimento da denúncia pelo crime de lavagem de dinheiro. E, ao analisar o pedido da defesa de Adriana Belém de revogação da prisão, concluiu que as medidas cautelares devem ser suficientes para a salvaguarda da prova e da ordem pública.
Entre as medidas aplicadas está o afastamento das funções de delegada, a suspensão do porte de arma, proibição de frequentar qualquer unidade da Secretaria de Polícia, impossibilidade de assumir qualquer cargo em comissão, proibição de se ausentar do estado sem autorização e de manter contato com testemunhas, recolhimento domiciliar noturno e o uso de tornozeleira eletrônica.
Operação Calígula apreendeu dinheiro vivo sem origem comprovada e Jeep Compass
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça Criminal Especializada, denunciou no dia 24/5 a delegada Adriana Cardoso Belém por lavagem de dinheiro. No último dia 10 de maio, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, como parte da operação Calígula, foi encontrada na residência da delegada, ocultada em duas malas, a quantia de R$ 1.786.100,00. Ainda durante o cumprimento do mandado, foi encontrado na garagem do edifício onde mora a agente pública, um veículo Jeep/Compass, adquirido pela denunciada e presenteado ao seu filho, por ocasião de seu aniversário de 18 anos, conforme divulgado em suas redes sociais. Diligências preliminares comprovaram que o veículo foi adquirido por Adriana através do sobrinho Richard Henrique Belém da Silva, também denunciado por lavagem de dinheiro, sendo comprado por R$ 181.600,00, pagos em espécie por Richard, e registrado em nome da empresa Richard Belém Sociedade individual de advocacia, demonstrando a utilização do escritório para a lavagem de capitais.
Adriana foi denunciada por corrupção passiva na operação Calígula. O MPRJ também requisitou o traslado de peças da Autuação de Prisão em Flagrante (APF) para investigar o envolvimento dos denunciados na organização criminosa comandada pelo contraventor Rogério Andrade, bem como a identificação de outros atos de lavagem, considerando-se o valor em espécie apreendido.
Processo17780-84.2022.8.19.0001
Fonte: Tribunal de Justiça e Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro