Witzel cria pasta temporária para a extinção da Secretaria de Segurança
Militares alertam para a necessidade de um órgão capaz de coordenar as duas polícias
O Governador eleito Wilson Witzel anunciou, nesta segunda-feira (17), a criação de uma pasta temporária para, junto com o Gabinete da Intervenção da Segurança Pública, preparar a transição do setor para o próximo governo. Militares responsáveis pela intervenção veem com preocupação o fim da Secretaria de Segurança Pública anunciado por Witzel.
Nas redes sociais, Wilson Witzel defende o fim da secretaria de Segurança Pública. Ele considera uma medida necessária e o objetivo é otimizar e aproximar as polícias civil e militar, integrando-as também com a Polícia Federal: “e, com inteligência e investigação, chegar aos “barões da droga”.
O que pensam os militares
Segundo o Porta-voz do Gabinete de Intervenção, coronel Frederico Cinelli, tanto o Interventor, general Braga Netto, quando o general Richard Nunes, atual secretário de segurança, respeitam a decisão do governador eleito, mas fazem uma ressalva:
“O governador tem absoluta legitimidade para organizar a Segurança Pública, a partir de 1 de janeiro, conforme deseje. O que ambos (o interventor e o secretário) pontuam é apenas que seria interessante a manutenção de uma estrutura encarregada de coordenar e articular temas e atividades ligados à Segurança que sejam comuns aos órgãos (PMERJ e PCERJ), o que não somente facilitaria a manutenção do legado que ora será deixado (sobretudo o intangível, ligado à estruturação), como também permitiria melhor interlocução com as Forças Armadas em caso de um eventual apoio em GLO”, explica o coronel Cinelli.
O Porta-voz do Gabinete de Intervenção Federal diz que as autoridades da Intervenção respeitam as decisões de Wilson Witzel:
“Mas, repetindo, é o pensamento das autoridades da Intervenção e elas não somente respeitam a decisão do Governador eleito como têm certeza de que ele fará o melhor possível para a manutenção do legado e do círculo virtuoso de queda nos indicadores de criminalidade”, conclui o coronel Frederico Cinelli.