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Alerta

Transtorno de ansiedade tem tratamento na rede pública

Casos devem ser acompanhado por especialistas


Os transtornos de ansiedade leves a moderados podem ser tratados em postos de saúde e casos de maior gravidade são manejados nos Caps ou no HSM. Foto: Divulgação

A ansiedade é uma emoção como qualquer outra. No entanto, quando essa sensação passa a ocorrer de maneira persistente, de forma inesperada ou por mínimos estímulos, pode-se estar diante de um transtorno ansioso. Nestes casos, há um grande sofrimento para o indivíduo, podendo prejudicar o trabalho, os estudos e até mesmo as relações sociais.

No Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), muitos pacientes com este perfil recebem acompanhamento psiquiátrico no ambulatório da Residência Médica, o Núcleo de Transtornos Ansiosos (Nuta). O fluxo é feito a partir de encaminhamentos internos e os atendimentos são realizados, inicialmente, pelo médico residente que atende o paciente e depois discute o caso com psiquiatras preceptores para então finalizar a assistência.

A psiquiatra Paula Souto, que coordena o ambulatório, explica que, na rede pública, os transtornos de ansiedade leves a moderados podem ser tratados nos postos de saúde. Já os casos de maior gravidade são manejados nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) ou no Hospital de Saúde Mental.

A especialista relata que os transtornos ansiosos têm causas multifatoriais que envolvem questões biológicas, psicológicas e sociais. “Uma pessoa com parente de primeiro grau que sofre de transtorno de ansiedade apresenta maior risco de desenvolver esse transtorno. Existem ainda outros fatores, como traumas na infância, perfeccionismo, doenças físicas, condições dolorosas, situações estressoras, como problemas em relacionamentos ou dificuldades financeiras”, afirma.

Alguns sinais do transtorno da ansiedade generalizada (TAG) se caracterizam por preocupação excessiva ou expectativa apreensiva, persistente e de difícil controle, que perdura por seis meses, no mínimo. Os sintomas e sua forma de apresentação variam conforme o tipo de transtorno de ansiedade. Medo, apreensão e preocupação excessiva são os principais sintomas. Alguns podem apresentar fadiga, insônia, dificuldade de relaxar, taquicardia, falta de ar, náusea, dentre outros.

Ajuda profissional, atividade física e alimentação

O técnico de informática Max Nascimento, 27, é acompanhado pelo Nuta há nove anos. Ele conta que chegou a perder o emprego por causa das crises de ansiedade. “Eu sentia taquicardia, sudorese e náuseas constantemente. Não sabia lidar com a situação e isso acabou atrapalhando muito minhas relações. Com o tratamento que realizo aqui no HSM, aprendi a controlar esses sinais e sintomas. Tenho acompanhamento psiquiátrico e psicológico para lidar melhor com os problemas e as adversidades da vida. Se eu tivesse que pagar por esse tipo de atendimento, não teria condições financeiras”, relata.

A psiquiatra do HSM reforça que uma pessoa exposta cronicamente a um transtorno ansioso, sem tratamento, tem maior risco de deprimir e de abusar de substâncias, como medicamentos para dormir, álcool, entre outros. Além disso, tende a viver com uma qualidade de vida menor do que poderia tanto na esfera pessoal quanto na profissional. “É importante procurar ajuda profissional, seja de um médico ou de um psicólogo. Se possível, faça atividade física regular, pois estudos comprovam que há uma melhora dos sintomas ansiosos com essa estratégia”, orienta.

Além disso, a alimentação também pode ajudar. A nutricionista do HSM Vitória Oliveira recomenda o consumo de alguns alimentos, que já possuem comprovação científica no controle da ansiedade. “Podemos usar a alimentação como nosso aliado nesse processo. O chá verde mostrou, em estudos, diminuição da ansiedade, melhora da cognição e da função cerebral. Outras pesquisas mostram menores níveis de vitamina D em pacientes com ansiedade, por isso é importante sempre estar com níveis adequados de vitamina D”.

Ela recomenda, ainda, uma dieta com perfil anti-inflamatório, com maior consumo de ácidos graxos ômega 9 (oleaginosas e azeite de oliva), aumentar a ingestão de linhaça, peixes, carboidratos complexos e fibras, frutas e verduras. “E siga sempre a recomendação da regra de ouro do Guia Alimentar Brasileiro, dando prioridade aos alimentos in natura ou minimamente processados, evitando os alimentos ultraprocessados”, destaca a nutricionista.


Os transtornos de ansiedade leves a moderados podem ser tratados em postos de saúde e casos de maior gravidade são manejados nos Caps ou no HSM, explica Paula Souto, psiquiatra da unidade estadual


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