Uma pesquisa do Ministério da Saúde, realizada no ano passado, mostrou que 61% dos homens com mais de 18 anos estão acima do peso. Com as mulheres, não é diferente: 57,8% delas têm problemas com a balança. Às vésperas do verão, que começa no próximo mês, muitos gordinhos, obesos e até mesmo pessoas que estão em forma procuram perder os quilos a mais e começam a recorrer a dietas por conta própria. O resultado, diz o nutricionista Lucas Antunes, professor da Unig, pode ser diferente do esperado.
“É preciso fazer uma análise do perfil de cada pessoa para identificar a dieta mais adequada. Nem sempre a que ajudou uma pessoa é a mais indicada para outra. Por isso, o acompanhamento por um profissional de saúde é sempre essencial”, diz.
Dietas muito restritivas podem apresentar um bom resultado a curto prazo, com perda de peso importante, mas são difíceis de serem mantidas. “O ideal é procurar um planejamento alimentar variado, que respeite as necessidades individuais”, recomenda Antunes.
Uma das dietas mais conhecidas, considerada saudável, equilibrada e capaz de melhorar a longevidade e o risco de doenças crônicas e neurodegenerativas, é a mediterrânea. Ela prevê o consumo de frutas, legumes, verduras, grãos integrais, oleaginosas e sementes, além de gorduras consideradas boas, como azeite de oliva. Peixes ricos em ômega-3, como salmão e sardinha, são bem-vindos, mas o consumo de carnes vermelhas e carboidratos simples é reduzido.
“Se prescrita corretamente e seguida com empenho, a dieta mediterrânea é uma excelente opção para iniciar uma rotina de alimentação saudável, com benefícios que vão desde a perda de peso até a melhora estética e metabólica”, ensina o professor da UNIG, que listou os prós e os contras das principais dietas. Confira:
Low Carb: É a dieta que dá adeus ao pãozinho no café da manhã e à macarronada de domingo. Ela prioriza a redução do consumo de carboidratos simples e amido, que devem ser substituídos por proteínas e gorduras saudáveis. Quando seguida de maneira adequada, oferece benefícios como perda de peso, melhora na composição corporal e controle do apetite, além de auxiliar o controle glicêmico, sendo benéfica para pessoas com diabetes tipo 2 ou resistência à insulina. Ela também contribui para a saúde metabólica, reduzindo os níveis de triglicerídeos e melhorando o colesterol HDL, além de aumentar a saciedade e reduzir a fome.
Como nem tudo é perfeito, a dieta low carb também tem seus contras, já que os carboidratos, que são evitados, são a nossa principal fonte de energia. Para quem gosta de malhar, ela pode ser um desafio, principalmente nas primeiras semanas.
“Como a dieta low carb baixa a disponibilidade de glicogênio, que reduz os estoques energéticos, ela pode afetar o desempenho em atividades intensas ou prolongadas, como corrida e levantamento de peso. Além disso, durante a adaptação, algumas pessoas podem sentir fadiga ou redução de energia até que o corpo se acostume a usar gordura como combustível. A recuperação pode ser comprometida, pois os carboidratos ajudam a repor o glicogênio muscular”, alerta o professor da Unig.
Dieta da Proteína: Ela também reduz o consumo de carboidratos, mas libera as proteínas. Carnes magras, peixes, ovos e queijos podem ser consumidos, quase sempre à vontade! Nem todas as frutas são indicadas – mas o morango costuma ser permitido.
Ela promove a perda de peso e o controle glicêmico e traz melhora na composição corporal, especialmente quando combinada com exercícios de força. Mas os adeptos devem ter atenção, pois o excesso de proteína pode prejudicar os rins, especialmente em pessoas com problemas renais preexistentes. Além disso, pode provocar desconforto digestivo, como inchaço e constipação, se não for balanceada com o consumo de fibras e muito líquido.
Jejum Intermitente: Essa é para quem tem autocontrole e é capaz de ficar horas a fio sem beliscar. O jejum intermitente alterna períodos de jejum com períodos de alimentação, incentivando o corpo a usar a gordura armazenada para obter energia. Essa estratégia é indicada para quem busca emagrecimento, controle de calorias e regulação da insulina, além de redução do risco de diabetes tipo 2.
“Essa estratégia conta com diferentes protocolos, como o 16/8 (16 horas de jejum e 8 horas de alimentação) e o jejum em dias alternados. Durante as janelas de alimentação, é importante consumir alimentos nutritivos e equilibrados. É permitido beber água, chás e café sem açúcar durante o jejum, embora existam controvérsias sobre essa flexibilidade”, complementa Antunes.
Cuidados devem ser tomados ao observar os sinais do corpo, como fome, fadiga e irritabilidade, especialmente no início. O jejum intermitente é uma das dietas que requer mais atenção, pois seus efeitos adversos podem ser graves, e não é recomendada para todos. Cuidado adicional é necessário para praticantes de exercícios físicos, pois o jejum pode impactar o desempenho em treinos intensos e a recuperação pós-exercício, devido à menor disponibilidade de glicogênio.