O plano golpista que planejou a morte do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin também previa um “gabinete de crise” sob comando do general Braga Netto. A investigação da Polícia Federal indicou ainda que o general Augusto Heleno assumiria como chefe de gabinete.
As informações foram divulgadas nesta terça-feira, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizar a operação Contragolpe, que prendeu quatro militares e um policial federal.
Os detalhes do que seria o gabinete, caso o plano tivesse funcionado, foram encontrados num documento no celular do general da reserva Mário Fernandes. Ele mesmo faria parte da assessoria estratégica.
Integrantes
O gabinete golpista teria o objetivo de lidar com a crise que surgiria a partir das ações dos próprios investigados.
Outras pessoas são listadas na minuta desse gabinete. Militares, policiais militares do Distrito Federal, um promotor de justiça militar e ex-assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Entre eles, o coronel reformado do Exército Hidenobu Yatabe. Durante o governo Bolsonaro, ele trabalhou na presidência da Empresa Brasil de Comunicação.
A assessoria de relações institucionais do gabinete golpista seria ocupada por Filipe Martins, que foi assessor de Bolsonaro na Presidência.
A reportagem entrou em contato com o coronel Yatabe, mas ele não respondeu. O advogado do general Braga Netto, Luís Prata, disse que tomou conhecimento da operação por meio da mídia, e que precisa, ainda, ter acesso à petição do STF para uma “possível manifestação”. A defesa do general Augusto Heleno informou que não irá se manifestar. Procurada, a defesa de Filipe Martins também optou por não se manifestar.
*Com reportagem de Gabriel Brum.
** Reportagem alterada às 21h40 para inserção da defesa de Filipe Martins.
RadioAgência Nacional