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Um mês depois da aparição, mancha de óleo se incorpora à paisagem da Baía

Sem causa investigada, fenômeno ameaça a espécies já sob risco, como cavalo marinho e boto cinza

Por Anderson Madeira em 25/10/2022 às 20:30:55

Vídeo gravado em sobrevôo da Ponte Rio-Niterói, no início do mês, revelou mancha de óleo na Baía de Guanabara, que permanece no espelho d'água, dividida, após atuação do Inea. Foto: Reprodução Instagr

Desde o início de outubro uma mancha de óleo na Baía da Guanabara, ao redor da Ponte Rio-Niterói, na altura do Vão Central, preocupa pescadores e ambientalistas. Ainda não se sabe o que causou a mancha e apesar da atuação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a mancha se dividiu em pequenas partes que ainda poluem o espelho d’água da Baia. A existência da mancha foi denunciada nas redes sociais pelo jornalista Gian Connachimi, através de um vídeo.

“Estamos falando de uma imagem que tem mais de dez mil visualizações nas redes sociais, do Baía Viva, de um recente sobrevôo sobre a Baía da Guanabara. Em volta da ponte, quilômetros de óleo. Então, o Inea não fiscaliza e tá omitindo as informações, o Ibama não fiscaliza, a Capitania dos Portos também não fiscaliza e existe o Plano de Recuperação, o Plano de Emergência da Baía da Guanabara. Formado pelas grandes empresas petroleiras, indústria naval, portos, Docas, Ibama e o Instituto Estadual do Ambiente. E é um absurdo que esse plano não tenha emitido uma nota pública, relatando volume, origem e o que que foi feito para desimpactar a Baía, porque há sérios impactos à vida marinha”, afirmou Sérgio Ricardo, cofundador do movimento Baía Viva.

De acordo com o ambientalista, a mancha de óleo pode pôr em risco ainda maior várias espécies marinhas que já se encontram em extinção, como o boto cinza, a tartaruga verde e o cavalo marinho. “Uma omissão generalizada, isso é crime ambiental. Cabe ao órgão ambiental e as empresas do plano de emergência da Baía da Guanabara, darem publicidade e transparência das informações, em plena década dos oceanos, da restauração dos ecossistemas”, sugeriu Sérgio Ricardo, lembrando que estamos em plena Década do Oceano e da Restauração dos Ecossistemas (ONU, 2021-2030), no Ano Internacional da Pesca Artesanal e da Aquicultura (FAO/ONU) e quando se rememora os 30 anos da conferência internacional ECO 92.

Procurado, o Inea respondeu que equipes do órgão vistoriaram, no dia 04 de outubro, a Baía de Guanabara e constataram a presença de mancha de óleo iridescente no espelho d’água, na altura do vão central da Ponte Rio-Niterói.

Os técnicos do órgão ambiental estadual, com apoio do Grupamento Aéreo da Polícia Militar, sobrevoaram a área a fim de avaliar a extensão da mancha. Uma outra equipe do Inea, com auxílio da Capitania dos Portos, percorreu a baía até o ponto onde a mesma foi identificada, e aplicou técnicas de dispersão hidromecânica na mancha. Devido as condições meteoceanográficas, a mancha se fragmentou em outras menores. O órgão ambiental estadual acionou o Plano de Área da Baía de Guanabara que prestou apoio com outra embarcação.

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