Rosa Amarela, dupla musical composta por Pris Mariano e Rodrigo Di Castro, que apresenta em seu repertório músicas autorais e inéditas, apresentará o show "Odara" nesta sexta-feira (18), no Teatro Solar de Botafogo.
No espetáculo, o duo apresenta a beleza e a simbologia do culto aos Orixás e demais entidades e seres místicos que derivam de nossas influências étnicas.
Tais seres passeiam pela cultura popular brasileira, apresentando-nos o poder da representatividade de suas origens, que tanto formaram e ainda formam a cultura do Brasil. "É um passeio cultural entre o sagrado e o profano”, como afirma a dupla.
Com isso, promove-se a igualdade perante as diversidades, assim como o direito de exercer a fé, desmistificando conceitos preconceituosos. Entende-se que cultura é tudo aquilo que perpassa por nossa formação ética, educacional e de valor.
Dessa ideia nasceu o show "Odara", que tem como influência a música devocional, aliada à MPB e ao Pop brasileiro. Assim, na visão da dupla, os casos de intolerância aliados à ignorância de pensamento vêm atingindo grupos que não podem manifestar sua fé. Ou seja: no Brasil atual, exercer um papel cultural que se deseja – neste caso por meio da música – é um grande desafio, mas ao mesmo tempo a maneira mais fácil, uma vez que arte unifica linguagens e estreita caminhos.
O show tem duração de duas horas, onde o repertório musical é autoral, contando com a participação de capoeiristas e bailarinos para representação cênica.
No dia 02/02/2022, Rosa Amarela comemorou 3 anos de lançamento, de sua primeira música “Yemanjá”, quando foi produzido o primeiro videoclipe da dupla. Ao todo, a canção já teve mais de 1 milhão de visualizações nas redes sociais. Outras músicas da dupla, já seguem os mesmos números de acesso, sendo cantadas pelo público.
Onde está a cultura de terreiro?
Já é comum todos os dias sermos bombardeados por informações sobre manifestações culturais. Tratando-se de Brasil, isso é plural, uma vez que somos um país formado por tantas etnias.
Com isso, a multiplicidade cultural se faz e pede urgência para ser compreendida. Neste cenário, um defronte de intolerância, falta de respeito, julgamentos, vem desenhando um contexto hostil num país marcado pela cultura diversa. Quando falamos de cultura de terreiro, estamos expressando arte, emoldurada de fé.
Em casas afro-brasileiras, seus seguidores sofrem perseguições, sendo obrigados a se esconderem. Por isso, cada vez mais precisamos dialogar sobre a cultura de terreiro, como aporte social e centros de manifestação de cidadania. A arte é uma grande ferramenta de expansão para elucidação desses espaços de convivência.
Devemos observar o fato, de que em décadas passadas, movimentos artísticos apareceram no cenário musical, estreitando o conhecimento do público com fatos e vivências da cultura religiosa. É o caso dos Novos Baianos, entre outros artistas de expressão, que manifestaram e assumiram suas identidades religiosas.
No entanto, poucos seguiram uma identidade fiel à temática, deixando apenas algumas faixas de seus repertórios disponíveis. Quando pensamos desta forma, nomes de peso nos chegam à memória, como Clara Nunes, que praticamente transformou toda sua carreira ao assumir as vestes dos cânticos sagrados, como maior fonte de inspiração de sua carreira.
Outros artistas da mesma safra apresentam, de forma integral a cultura popular de terreiro. É o caso de Marienne de Castro, Jéssica Ellen e tantos outros.
Nesta direção, Rosa Amarela vem apresentando ao cenário musical aquilo que eles gostam de chamar de “Canto de Terreiro” ou “Música de Rezo”.
O trabalho musical nasceu em dezembro de 2018, mas foi apresentado ao público das redes sociais em fevereiro de 2019.
Hoje, a dupla já coleciona mais de 15 sucessos autorais, evidenciando no cenário artístico musical do Brasil, um público atuante e consumidor de música devocional.
Assim como o gênero Gospel, representado pelos principais líderes religiosos do país, a Umbanda e tantas outras representações de cultura religiosa também merecem o seu espaço de manifestação artística.
É interessante perceber como em tão pouco tempo, Rosa Amarela tornou-se moda e desejo auditivo pelos espiritualistas.
Estaríamos diante de uma nova tendência de gênero musical no país?
Serviço
Show ODARA com o Duo Rosa Amarela – Pris Mariano e Rodrigo Di Castro
Com os músicos Jimmy Santa Cruz, Sandro Lustosa, Carlinhos de Xangô, Katy Moret e Francisco Mariano.
Participação Especial: Pablo Vares e Antón Carballion.
Equipe artística: Sabrina Santana, Thiago Braço, Urucum Reis
Equipe de Produção: Luana Thimotheo, Dani Barreiro, Paula Chapouto, Isabela Caputo, Ana Vitória, Eliane Trindade, Elaine Hoffman.
Teatro Solar de Botafogo
Rua General Polidoro 180, Botafogo
Dia 18 de novembro/2022
Sexta Feira – 20h
Livre para Todas as Idades
Ingressos a partir de R$ 60,00 (meia entrada para a plateia superior ) a R$ 150,00 (plateia nobre)