– Estamos preparando o Carlos Gomes para ser o principal teatro da cidade nos próximos 50 anos, com sua veia popular mantida, um teatro de temporada. Vamos aumentar sua capacidade, passando de 685 para 755 lugares. Vamos modernizar os elevadores e também criar acessibilidade para o palco. Enquanto a obra estiver acontecendo, o equipamento vai estar aberto à visitação do público – disse o secretário de Cultura, Marcus Faustini. Em 2001, ele apresentou e dirigiu no local a peça “A luta secreta de Maria da Encarnação”, de Gianfrancesco Guarnieri.
Estão previstas no projeto de restauração do teatro a revitalização do Salão Guarani, a instalação de novos sistemas de climatização e de prevenção e combate a incêndios e a modernização dos elevadores do prédio. Além disso, haverá a recuperação das instalações elétricas, hidráulicas e de esgoto, assim como dos camarins, das salas técnicas e da plateia.
O teatro terá sua capacidade ampliada de 685 para 755 pessoas. No prédio destacam-se os três foyers em estilo art déco – um abaixo da entrada, outro acima e o terceiro nas galerias -, com piso em pastilhas e escadarias em mármore. O espaço cultural dispõe também de dez camarins, sendo cinco individuais, distribuídos em quatro pavimentos.
A ideia é transformar o Carlos Gomes num teatro tecnológico, com coworking e rede wi-fi. O local tem ainda espaço para cafeteria e copa. O equipamento ocupa um imóvel tombado pelo município por sua importância arquitetônica, histórica e cultural, e faz parte dos Circuitos do Patrimônio Cultural, do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH).
De Grande Otelo e Procópio Ferreira a Eva Todor e Bibi Ferreira
No Centro do Rio, em plena Praça Tiradentes, o Carlos Gomes é considerado um dos mais antigos e importantes teatros da cidade, tendo começado suas atividades antes mesmo do Theatro Municipal (1909). Inaugurado em 1872, com o nome Casino Franco-Brésilien, já se chamou também Teatro Santana, até que no início do século XX foi rebatizado em homenagem a Carlos Gomes, o mais importante compositor de ópera do Brasil, autor de “O Guarani”.
Em 1929, o teatro sofreu o primeiro incêndio. O prédio foi, então, reconstruído no atual estilo art déco. O local pegou fogo ainda outras duas vezes, em 1950 e 1960. Em 1988, foi comprado pela Prefeitura do Rio e entregue à população em 1992, depois da sua última grande reforma estrutural.
Já pisaram naquele palco grandes nomes da dramaturgia brasileira, como Grande Otelo, Eva Todor, Bibi Ferreira, Vicente Celestino, Dulcina de Moraes, Procópio Ferreira e Elke Maravilha.
Impossível falar do Teatro Carlos Gomes e não considerar seu entorno, um fervo cultural na Praça Tiradentes, formado ainda por Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB); Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica; Teatro João Caetano; Real Gabinete de Leitura e Galeria de Arte Gentil Carioca, entre outros.