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Pescadores denunciam aumento do chorume no Rio Sarapuí, em Duque de Caxias

Água suja e com cor de “Coca Cola” impede trabalhadores de tirarem sustento da pesca no local

Por Anderson Madeira em 18/11/2022 às 21:37:45

Fotos: Divulgação

Os pescadores artesanais que atuam no Rio Sarapuí, no município de Duque de Caxias, que desagua na Baía da Guanabara, denunciam aumento no despejo do chorume na área, que deixa a água suja e com cor de “Coca Cola”, impedindo os trabalhadores de tirarem seu sustento da pesca no local. A categoria reclama do descaso das autoridades, enquanto o chorume contamina o mangue.

“Infelizmente o chorume despejando no mangue no rio e na Baía de Guanabara triplicou diante do descaso público. Não é dever dos pescadores fiscalizar o meio ambiente, mas estamos fazendo isso para salvar nossas famílias. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) nos informou que enviará uma equipe para verificar este despejo de chorume mas, disse que não havia registro, denúncia ou comunicação sobre a situação relatada na demanda”, reclama Gilciney Lopes Gomes, presidente da Associação Colônia de Pesca de Duque de Caxias.


Em um vídeo enviado à reportagem, Gilciney mostra o chorume no Rio Sarapuí. “17 de novembro de 2022. Estou dentro do aterro metropolitano de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, para mostrar a sociedade a covardia que essa empresa Gás Verde vem cometendo dentro do nosso município. Está tudo vermelho. Tudo isso é chorume. Tem mais de 100 campos de futebol aqui dentro, cheio de chorume. Tem lugar que está dando um metro, tem lugar que está dando 70 centímetros, dentro do manguezal. Agora está a situação acontecendo o chorume descendo no Rio Sarapuí e ninguém faz nada. Isso aqui não é Coca Cola não. Isso é chorume. As famílias já estão passando necessidade. Não tem de onde tirar o seu sustento”, lamenta o pescador no vídeo.

Procurado, o Inea informou que inspeciona os aterros sanitários e que licencia e realiza regularmente operações para combater o descarte irregular de resíduos em municípios localizados no entorno da Baía de Guanabara como Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Magé e Guapimirim. Em caso de flagrantes dessa prática irregular, o órgão adota as providências estabelecidas na legislação ambiental aplicando multas, embargos e apreensões. A população pode denunciar por meio da Ouvidoria do Inea pelo telefone (21) 2334 5974 ou pelo site: falabr.cgu.gov.br

Ainda segundo o órgão, os aterros sanitários possuem licenciamento ambiental e são estruturas executadas e operadas dentro de normas de engenharia, pontuadas pelas legislações vigentes. Quando ocorre um vazamento em local licenciado, o aterro é imediatamente identificado e são iniciados os processos administrativos e operacionais necessários para garantir a segurança ambiental.

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