O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Corregedoria da Polícia Militar e da Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), realiza operação nesta quarta-feira (14/12) para prender cinco denunciados por um homicídio ocorrido em 4 outubro de 2021, no bairro de Realengo, Zona Oeste do Rio.
Neri Peres Júnior, vulgo Alemão, foi executado com dezenas de disparos de fuzil e pistola à luz do dia, por volta das 12h50, em local de grande movimentação de pessoas. As investigações realizadas pela Delegacia de Homicídios da Capital apuraram que o crime foi encomendado e pago pelo ex-PM Thiago Soares Andrade Silva, vulgo 'Batata', com objetivo de eliminar um possível concorrente na disputa pelo domínio de territórios na Zona Oeste explorados pela milícia. Os executores foram Bruno Marques Silva, conhecido como Bruno Estilo, Rodrigo Oliveira Andrade de Souza e Anderson Oliveira Reis Viana, vulgo 'Papa', sendo o primeiro um policial militar. O quinto denunciado é André Costa Bastos ('Boto'), que auxiliou os comparsas e forneceu armamentos para a execução da vítima.
De acordo com o MPRJ, Thiago determinou a execução aos comparsas Anderson, Bruno e Rodrigo, em troca de grande quantia em dinheiro. Em seguida, Rodrigo e Bruno ajustaram onde o crime seria cometido, sempre seguindo orientações de Anderson. A investigação apontou que os denunciados mantinham monitoramento da vítima e realizaram diligências para assassiná-la em, ao menos, quatro oportunidades distintas, as quais foram frustradas por motivos diversos. Os armamentos pertenciam aos denunciados Thiago e André, tendo o último, mesmo preso, coordenado a logística de guarda e disponibilização das armas de fogo e munições.
Todos os cinco foram denunciados por homicídio qualificado. O policial militar Bruno Marques Silva foi preso na manhã desta quarta (14/12). Os mandados de prisão de Rodrigo Oliveira Andrade e André Costa Bastos foram cumpridos nas unidades onde estão presos.
'Batata' deixou a PM há quatro anos depois de apontado como traficante de armas
Thiago Soares Andrade da Silva, o 'Batata', foi um dos alvos de outra ação policial há quatro anos. A Polícia Civil, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio (MPRJ), realizaram em 3 de dezembro de 2018 uma operação contra uma quadrilha de tráfico de armas e munições no Rio de Janeiro e no Mato Grosso do Sul. A ação era para cumprir 13 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão no Rio. À época, 'Batata' foi declarado como foragido, com mais três comparsas.
Já no Mato Grosso do Sul, são quatro mandados de prisão, além de seis mandados de busca e apreensão. Onze pessoas foram presas, nove delas no Rio. Entre os líderes estão um PM e quatro ex-paraquedistas do Exército, que trazem o arsenal para favelas do Rio. Também foram apreendidas 35 mil munições de pistola e fuzis e armas.
O ex-policial militar Thiago Soares Andrade Silva, o 'Batata' terminou preso em março de 2019. 'Batata' abandonara a Polícia Militar do Rio de Janeiro em dezembro de 2018. Desde então fora aberta uma investigação contra ele, suspeito de tráfico de armas. Na ocasião, o Batata estava lotado no 14º BPM (Bangu). A Corregedoria da PM investigava o caso.
Fonte: Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro