Fruto da recuperação da economia brasileira, embora lenta, o Índice de Confiança Empresarial (ICE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), subiu um 1 ponto em dezembro passado e foi para 95,9 pontos, o maior nível desde março de 2014, quando a economia começou a desacelerar.
“Após a terceira alta consecutiva, a confiança empresarial se aproxima de níveis que retratam uma situação de normalidade. Uma segunda boa notícia do mês foi o fato de que o índice que mede a percepção sobre o momento atual (ISA) avançou mais que o índice de expectativas (IE) pela primeira vez desde julho de 2018. Apesar disso, a distância ainda superior a 15 pontos entre ISA e IE no Comércio e na Construção sugere que os ganhos recentes da confiança devem ser explicados por uma efetiva melhora gradual do ambiente econômico, mas também pelo efeito favorável do fim do período eleitoral sobre as expectativas” afirma Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas Públicas da FGV IBRE.
O ICE engloba os índices de quatro setores abrangidos pelas sondagens empresariais da FGV: Indústria, Serviços, Comércio e Construção. Estes, que foram tão duramente atingidos pela crise econômica, estão aos poucos revertendo os números negativos e a retomar o crescimento. Já o Índice de Situação Atual, subiu 1,1 ponto, para 91,2 pontos, maior valor desde junho de 2014 (92,8 pontos). O Índice de Expectativas (IE-E), avançou 0,2 para 101,0 pontos. É segundo mês consecutivo em que o IE-E ultrapassa o nível de 100 pontos.
Pelo segundo mês seguido, houve aumento da confiança, na margem, em todos os setores que integram o ICE. Na métrica de média móveis trimestrais, a variação foi negativa apenas na Indústria (0,4). Com alta no mês, a confiança do Comércio passa dos 100 pontos pela primeira vez desde março de 2014. Indústria e Serviços avançaram menos e apresentam agora níveis de confiança muito próximos entre si.
Já a confiança da construção subiu pelo quarto mês consecutivo mas continua sendo a mais baixa entre os quatro setores. Em dezembro, houve alta da confiança em 65% dos 49 segmentos que integram o ICE. No mês passado, a disseminação de alta havia alcançado 84% dos segmentos. Para a edição de novembro de 2018, foram coletadas informações de 4.701 empresas entre 03 e 21 de dezembro. A próxima divulgação do ICE ocorrerá no dia 31 de janeiro.
No dia 4 de dezembro passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, demonstrando crescimento de 0,2% na produção industrial brasileira na passagem de setembro para outubro do ano passado. Foi a primeira taxa positiva do indicador, depois de três meses de quedas que acumularam uma redução de 2,7% na produção do setor. Por outro lado, a produção industrial caiu 0,7% na média trimestral, mas, apresentou alta de 1,1% comparando com outubro de 2017, de 1,8% no acumulado do ano e 2,3% nos últimos 12 meses.
A alta de 0,2% na passagem de setembro para outubro, foi liderada pelos crescimentos de 4,4% dos bens de consumo duráveis e de 1,5% dos bens de capital, isto é, das máquinas e equipamentos. Por outro lado, os bens de consumo semi e não duráveis recuaram 0,2% e os bens intermediários, isto é, os insumos industrializados usados no setor produtivo, caíram 0,3%.
Em outubro, dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil mostraram crescimento de 119% no lançamento de novas unidades. Porém, o Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) fechou o ano de 2018 com inflação de 3,97%, segundo dados divulgados no dia 21 de dezembro pela FGV. Entre os grandes grupos, os materiais e equipamentos tiveram inflação de 6,94%, os serviços, de 4,22% e a mão de obra, de 1,99%.