Responsável por 5% do PIB do país, o mercado de eventos, que gerou mais de 20 milhões de empregos até 2019, foi um dos mais prejudicados pela pandemia. Com medidas sanitárias intensas e os ambientes fechados, apenas no último ano o setor deixou de faturar cerca de R$ 140 bilhões.
Mas com as medidas de flexibilização, a reabertura do comércio e a manutenção da economia, as festividades voltaram com tudo em 2022. O que é bom para todos os públicos, como o artístico. Sócio proprietário da a C'est La Vie Produções, que é uma empresa especializada em eventos de luxo, o empresário Marvin Akbari ressalta quais foram os principais impactos sentidos desse ano em comparação com 2021.
“O mercado está muito aquecido. No começo de 2021 tinha-se muita expectativa de um boom forte no mercado de eventos e as fases vermelhas sucessivas geraram um desânimo muito grande. Isso se refletiu até 2022 onde tinha-se essa grande expectativa, mas os eventos foram voltando pouco a pouco com mais prudência. E até as grandes marcas que por razões de complience não fizeram nenhum evento nem nos momentos mais flexibilizados da pandemia, voltaram a fazer planejamentos de curto a médio prazo. 2022 foi um misto de poucos eventos planejados com mais antecedência e muitos eventos feitos de última hora. Agora no final de 2022 teve um pico de aumento de eventos devido a uma certa confiança de que a pandemia realmente acabou e as empresas voltaram a planejar o ano seguinte com mais otimismo e segurança.”
De acordo com depoimentos de profissionais do setor, foi sentido que as convenções, cerimônias e celebrações que eram organizadas em dois meses já caíram para apenas 30 dias de estruturação. Em outros casos, promotores relatam que estão tendo uma procura até maior que os anos de 2018 e 2019, períodos pré-pandemia.
Isso se deve a uma demanda que estava sendo adiada, já que muitas marcas não conseguiram fazer nada de especial na pandemia. Mas como agora não há empecilhos, elas enxergam o momento certo e isso acaba potencializando todo o setor. Só no último ano, cerca de 270 mil pessoas foram empregadas e a expectativa de crescimento para os próximos anos é ainda maior entre os especialistas.
“Essa pausa dos eventos gerou ainda mais consciência nas empresas da importância deste tipo de ação para crescer a marca e aumentar as vendas. Por isso estamos vivendo um momento de muitos eventos devido a uma demanda reprimida e também devido a essa maior conscientização. Até as empresas de pequeno e médio porte estão inserindo cada vez mais eventos na estratégia de marketing. 2023 já vai começar com uma perspectiva muito promissora para o ramo de eventos sendo que empresas de todos os tamanhos estão já começando a planejar 2023", diz Marvin.
Apesar da retomada, ainda há preocupação com a recuperação econômica das empresas, além do resgate de profissionais qualificados que acabaram tendo que migrar para outras áreas durante o período pandêmico. O inegável é que com a Copa do Mundo, festividades de fim de ano e outros eventos, dezembro dá bons sinais de um 2023 que promete ser “o ano” para um setor que emprega milhões de pessoas e move os brasileiros.