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Ex-jogadores contam histórias do Campeonato Carioca

Depoimentos fazem parte da série "Meu Carioca Inesquecível" que serão publicados a partir de hoje (05)

Por Marcos Vinicius Cabral em 05/01/2023 às 11:57:56

Túlio Maravilha. Fotos: Divulgação

O Campeonato Carioca de 2023 começa na próxima quinta-feira (12) e a decisão está marcada para 9 de abril. Nesta edição, a competição terá Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Audax, Bangu, Boavista, Madureira, Nova Iguaçu, Portuguesa, Resende e Volta Redonda.

O Portal Eu, Rio! começa hoje (5) a publicar a série "Meu Carioca Inesquecível". Serão reportagens especiais com ex-jogadores que vão contar histórias sobre o Campeonato Carioca marcante que disputaram. O primeiro é Túlio, artilheiro do Botafogo nos Cariocas de 1994 e 1995 e do Volta Redonda em 2005.

O Maravilha

Como falar do camisa 7 mais popular do século XX sem lembrar dos torcedores alvinegros que ficaram tristes naquele 15 de setembro de 1965, quando Garrincha, o Anjo das Pernas Tortas, entrou em campo pela última vez na abertura do Campeonato Carioca contra a modesta Portuguesa da Ilha do Governador, no antigo Estádio de General Severiano?

O tempo passou e num hiato de 30 anos depois, Túlio Humberto Pereira da Costa chegou 'chutando' a solidão dos alvinegros para bem longe e fazendo nascer o fenômeno Túlio Maravilha. O ano era 1995.

Pai de cinco filhos (sendo três do primeiro casamento e um casal de gêmeos do segundo) Túlio atualmente participa de eventos publicitários, ministra palestras motivacionais em jogos e conta um pouco da carreira vitoriosa que teve no Botafogo, clube que é a segunda paixão. A primeira é a esposa Cristiane, que empresaria o ex-atleta e com ele divide um casamento de 22 anos.

Túlio e a esposa, Cristiane, estão casados há 22 anos.

Mas naquele já longínquo 1995, vindo do Síon da Suíça, o "Rei do Rio", como se intitulava, conquistou o Campeonato Brasileiro marcando o gol do título e quebrando um jejum de 27 anos sem um título nacional alvinegro. Virou ídolo por meio de gols, muitos deles marcados por puro oportunismo. Vira e mexe é lembrado pelos torcedores do Glorioso, principalmente pela geração mais nova que cresceu acompanhando os feitos do camisa 7 alvinegro e que jamais será esquecido.


Túlio comemora o título brasileiro de 1995 numa final emocionante contra o Santos.

Mas Túlio, apesar de não esquecer nenhum Carioca disputado, tem um em especial. Para ele, o que se tornou o mais desafiador.

"Foi o de 2005, no Volta Redonda. Explico: estava com 36 anos, era tido como acabado para o futebol e dei a volta por cima sendo campeão da Taça Guanabara. Além disso, escolhido craque da competição, artilheiro com 12 gols e me sagrei vice-campeão ao perder para o Fluminense na final. Por isso considero o mais desafiador", revela.


Túlio foi artilheiro do Campeonato Carioca de 2005 pelo Volta Redonda.

Mas o especial, ele relembra. "Foram três artilharias: as de 1994 e 1995 pelo Botafogo e 2005 pelo Volta Redonda. Esses campeonatos foram importantes, mas o de 95, apesar do título ter sido do Fluminense no famoso gol de barriga do Renato, considero especial pelo duelo à parte com que tive com Romário. Eu com 27 gols e o Baixinho com 26, sendo uma disputa acirradíssima desde a primeira até a última rodada. Bons tempos!", conta, às gargalhadas.

O ídolo alvinegro falou também da rivalidade e vê diferença entre como ela é tratada hoje e na época em que promovia o espetáculo na véspera de cada clássico. "Os tempos são outros, mas é difícil ver uma rivalidade entre artilheiros de grandes equipes como na minha época. Eram artilheiros respeitados no futebol brasileiro e que sabia promover o show e fazer gols", frisa.


Renato Gaúcho (Fluminense), que terminou campeão carioca; Romário (Flamengo), à época melhor jogador do mundo; e Túlio Maravilha (Botafogo), que terminou artilheiro artilheiro do Cariocão de 1995: Reis do Rio.

Lembrado sobre a idolatria que exerceu sobre uma geração de alvinegros e alvinegras, Túlio se emociona.

"Minha relação com o Botafogo é um sentimento recíproco. Foi amor à primeira vista. Desde a minha estreia contra o América em janeiro de 1994, na vitória por 6 a 0, em que marquei três gols, que o torcedor alvinegro me abraçou. Foi ali, naquele jogo que os torcedores começaram a cantar 'Túlio Maravilha, nós gostamos de você!, Túlio Maravilha, faz mais um pra a gente ver!'. Naquele momento, deixei de ser o Túlio do Goiás e da Suíça para me tornar o Túlio Maravilha!", destaca, emocionado.


Túlio comemora gol no Caio Martins.

Já a saudade da época em que era o camisa 7 e um dos principais jogadores do Glorioso, ele faz questão de colocar para fora o que sente todos os dias ao acordar. "Saudade sempre existe e as lembranças são as melhores, seja no Maracanã lotado, ou no Caio Martins, que era a nossa casa, pois naquele época não existia o Nilton Santos. Mas, por onde passei e joguei, me tornei artilheiro e lá no Niltão, tenho certeza, não seria diferente", se vangloria.

Um novo Túlio? Talvez. Mas ele torce para surgir novos goleadores. "A gente fica vendo pela TV e torcendo para que surja nos jogos do Glorioso, quem sabe, um artilheiro de Campeonato Carioca, de Brasileiro e sendo campeão como fui em 94 e 95", finaliza.


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