O Fluminense começa a lutar pelo bicampeonato no próximo dia 12, quando estreia no Campeonato Carioca dois dias depois, contra o Resende, às 16h. Apesar da competição mostrar equilíbrio entre os quatros clubes do Rio, Edinho, ídolo tricolor, jura de pés juntos que o clube das Laranjeiras é o favorito.
"Vai ser uma competição bem disputada, até porque as equipes estão buscando reforços, mas acredito que o Fluminense é o grande favorito", revela, chutando a modéstia de lado.
Edinho jogou na "Máquina Tricolor", bicampeã Carioca de 1975/76.
Como bom chutador, Edino Nazareth Filho ingressou nas areias das praias da Zona Sul do Rio e viveu um 'triângulo amoroso' que começou na infância, aos 11 anos, quando os pais dele se mudaram da Zona Oeste do Rio para a Praia do Leme, um dos cartões postais da cidade. Tempos depois, a construção da imagem de ídolo do Fluminense começou a ser construída e ganhou forma. E corpo.
Edinho orienta o time em campo. Ao lado, Rodrigues Neto.
"Era domingo, estava sem fazer nada em companhia de dois amigos, quando li no jornal sobre uma experiência no Fluminense. Nem meião eu tinha, o meu negócio era jogar descalço na praia. Consegui uma chuteira e fui. Cheguei lá e tinham mais de 200 garotos, com idade entre 13 e 15 anos. Apresentei-me como meio de campo. Fui escolhido de cara e me colocaram no treino dos efetivos do time na quarta-feira. Logo virei titular", relembra o hoje coordenador de futebol do Tombense, de Minas Gerais, em entrevista para a série "Meu Carioca Inesquecível" do Portal Eu, Rio!
Edinho fez o gol do título do Carioca de 1980, de falta, na final contra o Vasco.
Sobre o Carioca mais importante, o saudoso camisa 5 tricolor diz que toda edição do campeonato tem sua peculiaridade. "Por ser a principal competição do ano, o Campeonato Carioca era único. Havia rivalidade entre os clubes e era obrigação de todo jogador vencer os jogos e dar o melhor de si dentro de campo. Era assim na minha época", revelou.
Edinho, sujo de lama, revela que dava o melhor de si a cada jogo.
"Por todos os ingredientes que existiam na competição, disputar um Carioca representava muito. Para os dirigentes, torcedores e para mim, em especial, pois representava entrar em campo para vencer os jogos, fazer boas partidas, deixar o torcedor tricolor feliz na volta para casa e disputar títulos", contou.
Edinho x Dinamite: o duelo.
Fã de Gérson, o Canhotinha de Ouro, a quem confessa ter se inspirado no fino trato à bola e treinado de forma exaustiva para bater de esquerda quando necessário fosse, Edinho se consolidou como um zagueiro de respeito. Mas se rasga quando fala da época em que jogava no Maracanã.
Edinho é fã de Gerson, o "Canhotinha de Ouro".
"O tempo passou, as coisas aconteceram, mas é lógico que a gente sente saudades de entrar no Maracanã com mais de 100 mil pagantes para jogar futebol. Era uma coisa bacana e que sinto muitas saudades!", confidencia. Tempos bons que não voltam mais, afinal a capacidade do ex-"Maior do Mundo" caiu para 70 mil torcedores sentados.