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Médica explica câncer da cantora Preta Gil

Especialista alerta que estilo de vida e prevenção ajudam no controle da doença

Por Portal Eu, Rio! em 15/01/2023 às 07:00:00

Preta Gil. Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Nesta semana, a cantora Preta Gil informou em suas redes sociais estar com adenocarcinoma no intestino. A artista ficou internada seis dias em um hospital do Rio quando recebeu o diagnóstico. Ela chegou com dores abdominais e de cabeça.

Segundo a coloproctologista do Hospital e Clínica São Gonçalo, Bruna Bavaresco, o adenocarcinoma é o principal tipo de câncer que surge no intestino e no reto. Nos casos em que não há nenhuma síndrome genética, ele se origina de pólipos adenomatosos que surgem no intestino.

“Ele pode ter causa esporádica, que é o tipo mais comum, quando não há síndrome genética envolvida ou causa familiar, quando há alguma alteração genética, o que ocorre em 2-5% dos casos”, explica a médica.

A especialista complementa que os sintomas do câncer colorretal normalmente incluem alteração do ritmo intestinal (esse é o sintoma mais comum segundo a médica, pois o ritmo intestinal pode alterar para constipação ou diarreia, porém, muitas vezes é difícil do paciente perceber e costuma passar despercebido), sangramento anal (quanto mais próximo do ânus, mais vermelho vivo será o sangramento), dor abdominal (geralmente ocorre quando a lesão cresceu o suficiente para “fechar” a luz do intestino, o caminho por onde passam as fezes, causando sintomas de suboclusão ou obstrução intestinal), perda de peso e anemia (devido à doença).

“Os sintomas costumam aparecer quando a doença já está um pouco mais avançada. Portanto, o importante é prevenir”, alerta Bruna.


Bruna Bavaresco. Foto: Divulgação

Entendendo a doença

Segundo Bruna, os tumores esporádicos são originados de pólipos intestinais, tumores benignos que se formam na parede do intestino por um erro na divisão das células, o que normalmente ocorre para regenerar a mucosa intestinal.

“A multiplicação das células é maior nesses locais e, com isso, a chance de erros também. O acúmulo desses erros genéticos leva à formação de tumores malignos”, explica.

A médica alerta que os fatores de risco do câncer de intestino esporádico (o mais comum) estão associados ao nosso estilo de vida ocidental, com consumo de dieta pobre em fibras e rica em carboidratos, consumo de álcool, tabagismo, obesidade, doenças inflamatórias intestinais e o sedentarismo.

Para Bruna, a prevenção pode ser feita mantendo uma alimentação saudável rica em fibras, praticando atividades físicas e evitando o consumo excessivo de álcool e cigarro.

“O mais importante é procurar atendimento médico assim que apareçam quaisquer sintomas. Caso não haja sintomas nem histórico familiar ou pessoal de câncer, a partir dos 45 anos deve ser feito o primeiro exame de colonoscopia. Se ele estiver normal, deverá ser repetido a cada 5 anos”, explica.

O tratamento varia de acordo com a localização do tumor no intestino (mais próximo ou mais longe do reto), idade, comorbidades do paciente e estágio da doença (se há metástase ou comprometimento dos linfonodos — ínguas — intra-abdominais) e vai consistir principalmente em abordagem cirúrgica associada ou não à quimioterapia e radioterapia.

“Desde 1980, com as observações de Burkitt, percebemos que a alta ingestão de fibra é um fator protetor contra o câncer de intestino quando o consumo de gordura for baixo. Um bom programa para a prevenção do câncer de intestino é uma redução de 10% do consumo de gordura, adição de 25 g de fibra dietética por dia e consumo de esteroides vegetais”, finaliza.

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