As reformas econômicas no Brasil caminham junto com os objetivos de sustentabilidade. Esta é uma das principais mensagens que o governo federal pretende passar à comunidade internacional durante o Fórum Econômico Mundial, que tem início nesta segunda-feira (16/1) em Davos, na Suíça.
Representando o Brasil – juntamente com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva – o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou em conversa com jornalistas que o modelo de economia defendido pelo Brasil é o da “retomada do crescimento com sustentabilidade fiscal e ambiental e justiça social”, declarou.
De acordo com Haddad, o Brasil pode contribuir muito no crescimento aliado à sustentabilidade e está preparado para assumir o lugar que a comunidade internacional espera do país. “A sustentabilidade ambiental ganhou uma dimensão na qual o Brasil tem muito a oferecer, não apenas em termos da retomada dos compromissos históricos, com o combate ao desmatamento e [o uso de] energia renovável, mas, também, na pauta do desenvolvimento”, afirmou o ministro.
Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Nacional sobre a participação brasileira no Fórum Econômico Mundial, em Davos.
Ataques à democracia tiveram resposta imediata das instituições brasileiras
A respeito dos ataques aos prédios dos três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro em Brasília – quando o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto foram invadidos, vandalizados e depredados –, Fernando Haddad reafirmou “o compromisso do Brasil com o combate a todo tipo de extremismo que vem dando a tônica no último período”, disse.
Haddad enfatizou a resposta imediata dada pelas instituições brasileiras em relação aos ataques. “No dia seguinte, houve uma intervenção na segurança pública do Distrito Federal, o afastamento judicial do governador do DF, a visita dos 27 governadores a Brasília, que se reuniram com os três Poderes da República – Executivo, Legislativo e Judiciário – num gesto de compromisso com a Constituição e com a agenda democrática. Acredito que a própria maneira como o presidente Lula vem se comportando, e a receptividade que ele vem tendo tanto no Congresso, quanto no Judiciário, é a prova de que nós estamos no bom caminho”, considerou. O ministro ressaltou, ainda, o compromisso do Brasil em dar suporte às jornadas democráticas que o mundo está vivendo, sobretudo na América do Sul.
Protestos contra multis, por 'sequestrar debate climático', marcam expectativa do evento
O Fórum Econômico Mundial de 2023 ocorre em meio aos temores de uma recessão global. O encontro que acontece anualmente em Davos, na Suíça, começou nesta segunda-feira e segue até sexta. O tema do encontro deste ano é “Cooperação em um mundo fragmentado” e deve reunir 1.700 líderes empresariais e 400 líderes políticos, entre chefes de estados e ministros de governo.
Uma pesquisa realizada pelo Fórum de Davos com economistas-chefes dos setores públicos e privados revelou que dois terços dos entrevistados esperam uma retração da economia mundial neste ano causada pela inflação alta, dívidas elevadas e ambiente geopolítico de alta fragmentação.
Representam o governo brasileiro em Davos o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. A agenda de Haddad nesta segunda-feira é com o chefe do PNUD, o programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Achim Steiner, e com o brasileiro Ilan Godfajn, que atualmente preside o Banco Interamericano de Desenvolvimento, BID. A ministra Marina Silva, por sua vez, participa, nesta segunda-feira, de um Fórum Aberto com o tema “Em Harmonia com a Natureza”.
Antes mesmo de começar, o Fórum Econômico virou alvo de protestos. Segundo a agência Reuters, ativistas climáticos se reuniram, nesse domingo, em frente a um resort onde ficam hospedados representantes de petroleiras como a BP, a Chevron e a Saudi Aramco. Os manifestantes acusam essas multinacionais de sequestrar o debate climático.