Em mais uma conversa com jornalistas nesta terça-feira (17/1) durante o Fórum Econômico Mundial, que acontece nesta semana em Davos, na Suíça, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a importância da retomada econômica do Brasil, da atração de investimentos ao país, das possibilidades de reindustrialização e do ajuste fiscal e equilíbrio das contas.
Sobre o encontro com Ian Bremmer, do Eurasia Group, o ministro contou que tratou das possibilidades de reindustrialização do Brasil e de qual lugar o país vai ocupar no contexto de disputa internacional por investimentos. “Recebi insumos sobre com quem dialogar tanto no governo americano quanto no mundo asiático, para que, à América Latina, seja reservada uma parte da indústria do mundo e em que setores nós podemos nos reindustrializar. A questão da indústria automobilística de última geração, do motor híbrido, do hidrogênio verde, do etanol, e mesmo a questão do agronegócio, se tiver o alcance de perceber que eles também dependem de insumos industriais, nós temos uma oportunidade de reindustrializar o país”, explicou.
Ouça no podcast do Eu, Rio! a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a estratégia brasileira para atração de investimentos, logo após o encontro com Ian Bremmer, dirigente do Eurasia Goup.
Questionado sobre as dúvidas do mercado brasileiro quanto à questão fiscal, Haddad assegurou que vai rever as medidas tomadas pelo governo anterior, na perspectiva de fazer a reforma tributária e de repensar o arcabouço fiscal – ou seja, a regra que vai substituir o teto de gastos – porque é o que dará sustentabilidade ao país.
“O fiscal é pressuposto do desenvolvimento. Você tem que estar com as contas arrumadas, mas, para desenvolver o país, precisa de uma certa uma política proativa, de mapear as oportunidades do país, onde vai investir em Ciência e Tecnologia, como repensar a matriz energética, qual o tipo de indústria queremos atrair para o nosso território. O fiscal é uma parte da lição de casa, mas não é agenda econômica completa”, considerou o ministro.
Haddad disse ainda que, durante reunião que teve com representantes da Arábia Saudita – já parceiro de empresas e bancos brasileiros –, foi manifestado interesse em investir no Brasil, sobretudo em parcerias público-privadas e em concessões. “Eles têm fundos de investimento e estão atentos a todos os editais de parcerias que o governo brasileiro e estados e municípios vão lançar no próximo período. Isso é bom porque é um volume de recursos disponível para investimento muito importante”, avaliou.
Ataques à democracia
Sobre a preocupação dos participantes do Fórum Econômico com as instituições democráticas no país depois do que aconteceu no último 8 de janeiro – quando os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto foram invadidos e vandalizados –, Haddad afirmou que eles estão muito chocados com o que aconteceu, mas, de certa maneira, aliviados pelo fato de a resposta ter sido pronta e consistente.
“Uma das razões pelas quais eu vim com a [ministra] Marina Silva foi justamente para tranquilizar a comunidade internacional de que o Brasil está funcionando, voltou para o jogo democrático, voltou a pensar grande, voltou para a mesa das grandes nações que buscam desenvolvimento com justiça social e liberdades civis e políticas”, disse.
Ministério da Fazenda