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Inflação oficial fica abaixo da meta pelo segundo ano consecutivo

Rio tem a segunda inflação mais alta entre as regiões metropolitanas

Por Cezar Faccioli em 11/01/2019 às 13:21:46

Foto: Pixabay

Encerrada com a menor taxa para dezembro (0,15%) desde 1994, a inflação em 2018 ficou em 3,75%, dentro da meta. Estabelecida pelo governo federal para o ano em 4,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, a meta foi alcançada com folga, ficando na margem inferior. Ainda assim, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo, enfatizou no comunicado à imprensa que o  Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira, ficou acima da taxa de 2017 (2,95%). Chama atenção a coincidência da baixa inflação com elevados índices de desemprego, com 12,5 milhões de pessoas procurando emprego e outras 14 milhões em condições precárias, sem registro formal e com direitos reduzidos, conforme as estatísticas do próprio IBGE para o mercado de trabalho. 

No ano, os principais motores da inflação foram os grupos Alimentação e Bebidas, com 4,04% de alta e 0,99 p.p. de impacto no índice, Transportes, 4,19% e 0,76 p.p., e Habitação, 4,72% e 0,74 p.p. 

Curiosamente, enquanto o primeiro impulsionou a inflação de dezembro, os outros dois grupos fecharam o ano com queda nos preços. "Alimentação e Bebidas teve o maior impacto no ano por ter um grande peso nas despesas das famílias. O que mais influenciou nessa alta foi o grupo dos alimentos para consumo dentro de casa. Dentro dele o que influenciou foi o tomate, com variação de 71,76% e as frutas, com 14,10%", concluiu Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa.

O grupo Alimentação e Bebidas havia fechado 2017 com queda nos preços (-1,87%) impulsionada pela safra recorde da agropecuária nacional. Ano passado, no entanto, a greve dos caminhoneiros e a queda na safra pressionaram os preços. Com isso, o grupo tornou-se responsável pela maior contribuição (0,99 p.p.) no índice geral, afetada pela queda na safra e pela greve dos caminhoneiros, que causou alta de 2,03% em junho, a maior do grupo para o mês no Plano Real.

"As maiores variações no ano foram em Habitação e Transportes, além de Educação, com destaque para a alta nos cursos regulares, com 5,68%. Na Habitação, o maior impacto veio da energia elétrica, e, nos Transportes, destaque para a passagem área, a gasolina e o ônibus urbano", explica Fernando. Ainda no grupo Habitação (-0,15%), o item taxa de água e esgoto (0,71%) retrata o reajuste de 6,04% das tarifas, no Rio de Janeiro (5,65%), em vigor desde 1º de dezembro, e de 8,60%, em Porto Alegre (1,85%), a partir de 16 de dezembro.

Rio tem a segunda inflação mais alta entre as regiões metropolitanas

A queda na inflação foi mais moderada no Rio de Janeiro. Os preços subiram 4,30% em média no ano, próximo ao centro da meta (4,5%) e bem acima da média nacional (3,75%). A variação dos preços na capital fluminense e cidades que compõem o Grande Rio foi a maior dentre as capitais do Sudeste, área de maior influência no Produto Interno Bruto. São Paulo, a RM de maior peso no cálculo da inflação (30,67% do índice), registrou 3,68% de alta de preços no ano pela cesta de produtos do IPCA, ligeiramente inferior ao índice nacional (3,75%). Vitória registrou 4,19% e Belo Horizonte 4%, a exemplo do Grande Rio taxas superiores à média do IPCA. Em termos nacionais, consideradas as dez regiões metropolitanas e seis cidades presentes no cálculo, a RM do Rio foi superada apenas por Porto Alegre. A capital gaúcha e seu entorno alcançaram 4,62% de alta,tornando-se a única  Região Metropolitana a registrar altas acima da meta (4,5%)

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange 10 regiões metropolitanas, além dos municípios de Aracaju, Brasília, Campo Grande, Goiânia, Rio Branco e São Luís. Para cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 de novembro a 28 de dezembro de 2018 (referência) com os preços vigentes no período de 27 de outubro a 28 de novembro de 2018 (base).

Dezembro foi na contramão da tendência para o ano, com alimentos e bebidas em alta

A inflação no último mês do ano passado foi impulsionada, em grande parte, pelas altas de Alimentação e Bebidas (0,44%), Vestuário (1,14%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,32%), que contribuíram com 0,21 ponto percentual para o índice. Por outro lado, Transportes (-0,54%) e Habitação (-0,15%) seguraram o índice com contribuição negativa de 0,12 p. p.

O que mais influenciou foi o grupo Alimentação e Bebidas, com alta em produtos importantes como batata (20,0%) e cebola (24%).

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