Para a entidade que representa os povos do Vale do Javari, região onde o indigenista Bruno Araújo e o jornalista inglês Dom Phillips foram assassinados, a investigação não foi concluída. Ainda faltam respostas para questões como quem financiou e qual a conexão de políticos e empresários locais nos crimes.
Nessa segunda-feira, a Polícia Federal informou que o traficante Rubens Villar, conhecido como “Colômbia”, foi o mandante do duplo assassinato. Segundo o representante e assessor jurídico da Univaja – União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, Eliésio Marubo, esse envolvimento havia sido denunciado pela entidade. O próprio Bruno citou Colômbia durante a fiscalização de pesca ilegal.
Ouça no podcast do Eu, Rio! a reportagem da Rádio Nacional sobre a cobrança da Univaja de aprofundamento das investigações sobre assassinatos no Vale do Javari.
De acordo com o ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Fontes, que esteve à frente da Superintendência durante grande parte das investigações, Colômbia teria planejado as mortes por causa dos prejuízos causados por essa fiscalização. Para Eliésio Marubo, a resposta sobre o envolvimento de terceiros é essencial:
Eliésio Marubo ressalta que, após os assassinatos de Dom e Bruno, as ameaças continuaram na região.
As investigações da Polícia Federal apontaram um quarto participante do duplo homicídio, Edivaldo da Costa de Oliveira, irmão do “Pelado”, responsável por emprestar a espingarda utilizada para matar as vítimas e por atuar na ocultação dos corpos.
Bruno e Dom foram mortos a tiros no dia 5 de junho de 2022, durante uma expedição pelo Vale do Javari, e tiveram seus corpos queimados e enterrados. A localização ocorreu dez dias depois.
Edição: Nádia Faggiani / Guilherme Strozi
Fonte: Radioagência Nacional