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Civil investiga morte de Rafaelly Vieira, de dez anos, a tiro, na porta de casa, a dias do aniversário

"Parem de normalizar o uso de armas. Parem de achar que é normal crianças morrerem todos os dias" desabafou a madrinha da menina

Por Portal Eu, Rio! em 26/01/2023 às 08:57:24

Rafaelly é a 2ª criança morta por bala perdida este ano no Grande Rio. Foto: Reprodução Acervo Pessoal

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) abriu investigações sobre a morte de Rafaelly da Rocha Vieira, de 10 anos, em São João de Meriti. Testemunhas foram ouvidas e informaram que um carro não identificado passou pela rua atirando. Os agentes buscam imagens de câmeras de segurança instaladas na região e realizam outras diligências para identificar a autoria do disparo que atingiu a vítima. A menina foi morta por uma bala perdida ontem (25) na Rua Dr. Monteiro de Barros, no Centro de Meriti, na Baixada.

Rafaelly completara 10 anos no dia 20 de janeiro e a festa de aniversário seria nesta sexta-feira (27). Rafaelly é a 2ª criança morta por bala perdida este ano na Região Metropolitana do Rio mapeada pelo Instituto Fogo Cruzado.

O primeiro caso foi o de Juan Davi de Souza Faria, de 11 anos, que foi morto por uma bala perdida durante a comemoração do réveillon em Mesquita, também na Baixada Fluminense. O menino estava na varanda de casa, quando foi atingido.



O início deste ano está registrando mais confrontos a bala do que o mesmo período do ano passado. Foram 216 tiroteios nos primeiros dias de 2023, contra 177 em 2022, de acordo com o levantamento do Instituto Fogo Cruzado.

Ouça no podcast do Eu, Rio! o alerta do coordenador do Instituto Fogo Cruzado, Carlos Nhanga, sobre o aumento dos confrontos a bala no Grande Rio no início deste ano.


Elza Alaíde Menezes, madrinha da menina morta com um tiro na noite de quarta-feira (25), apelou em entrevista a uma rede de TV para que a sociedade não normalize a morte de inocentes, como o caso de Rafaelly da Rocha Vieira, vítima de bala perdida na rua onde morava.

“Pedir que a Justiça seja feita não vai fazer diferença, não vai trazer a minha afilhada de volta. Todos os dias estamos enterrando crianças no nosso estado. Parem de normalizar o uso de armas. Parem de achar que é normal crianças morrerem todos os dias. Não é normal”, disse a madrinha de Rafaelly.

A menina sequer saíra à rua, na maior parte do dia, mas foi até a porta para ver outras crianças, que estavam no portão, de acordo com o relato da madrinha.

“Minha afilhada tinha passado o dia inteiro dentro de casa. Falando no campo da família, conversando. Ela foi até o portão. As outras crianças chamaram. A vizinha disse: ‘Não vai não’. E ela falou: ‘Vou só lá, ver o que as outras crianças querem’. Porque ela era assim, atenciosa com todo mundo. Ela cuidava do pai, da mãe, do avô, da bisavó dela. Destruíram a nossa família”, contou Elza.


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