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Operação Fim do Mundo prende onze e revela gosto dos chefões do TCP por carros e imóveis de luxo

BMWs. Porsches, lanchas e jet skis aceleravam lavagem de dinheiro pelo tráfico no Recreio, Angra e Balneário Camboriú

Por Portal Eu, Rio! em 26/01/2023 às 19:57:12

Lancha de alto padrão foi apreendida na casa do alvo principal, Edinho Portugal. Foto: Ascom PF



A Operação Fim do Mundo encerrou o dia com dez de 18 mandados de prisão cumpridos e mais uma detenção em flagrante por uso de documento falso. Foram quatro prisões no Rio, onde se concentram os chefes do Terceiro Comando Puro (TCP), cinco em Santa Catarina, estado onde foram feitas grandes aquisições de imóveis de carros de luxo para lavagem de dinheiro e mais duas em São Paulo, principal mercado financeiro do Brasil.

No Rio, antes das oito da manhã, já haviam sido detidos Edivaldo Freitas Portugal, o Edinho Portugal, preso sem resistência saindo de um motel em Nova Iguaçu, e do braço financeiro dele, Gabriel Salabert, encontrado pelos policiais em casa no condomínio Maramar, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.

A coletiva em que veio a público o balanço preliminar contou com o chefe da Divisão de Repressão a Entorpecentes no Rio (DRE/RJ), Bruno Tavares, e o responsável pela investigação da Operação, delegado da PF Bruno Humelino.



A Operação Fim do Mundo mira organização criminosa responsável por traficar armas e drogas para integrantes de uma das principais facções criminosas em atuação no Rio de Janeiro, o Terceiro Comando Puro. O objetivo é cumprir 18 mandados de prisão e outros 31 de busca e apreensão em três estados: Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, a pedido do MPRJ, que também requereu o sequestro de bens móveis e imóveis dos denunciados.

A denúncia demonstra que os alvos da operação fornecem armas e drogas para lideranças do tráfico, que revendem esses produtos ilícitos em diversas comunidades do Rio de Janeiro dominadas pela facção Terceiro Comando Puro (TCP), além de localidades de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

Dimensão e luxo dos imóveis da quadrilha chamaram atenção das equipes da Polícia Federal encarregadas da Operação Fim do Mundo

As investigações tiveram início em 2019, após uma série de apreensões pela PF de toneladas de drogas, armas e munições, entre elas carregamentos de fuzis, que tinham como destino as comunidades de Acari e Vila Aliança, na Capital do Rio. Com o avançar da apuração, foi possível identificar os principais responsáveis por abastecer as comunidades do TCP com armas e drogas, bem como as suas estratégias para operar o esquema.

Ouça no podcast do Eu, Rio! o depoimento do chefe da Divisão de Repressão a Entorpecentes no Rio (DRE/RJ), Bruno Tavares, sobre a Operação Fim do Mundo.

Entre os crimes imputados pelo GAECO/MPRJ aos denunciados estão o de associação criminosa e associação para o tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de capitais. Após longo trabalho investigativo entre o MPRJ e a Polícia Federal , as denúncias foram oferecidas junto à Vara Criminal Especializada em novembro de 2022.

É uma quadrilha organizada com certeza, e com certeza a chefia é portuguesa

O denunciado Edinho Portugal é apontado como um dos líderes dessa associação criminosa, cabendo a ele o gerenciamento financeiro e a coordenação da logística da compra e venda das cargas fornecidas. A investigação verificou que um dos pontos de descarga das drogas e armamentos ilegais era a CEASA (Central de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro), utilizada por traficantes devido à proximidade com a Comunidade de Acari. Já Sebastião Fernando de Oliveira é apontado pela denúncia como um dos fornecedores, enquanto Sandro Rogério de Souza, Gabriel Salabert da Silva Santos e Fábio Moraes da Silva, vulgo Fabinho PDQ, atuam como braços financeiros, efetuando pagamentos e utilizando manobras para lavar o dinheiro ilícito angariado com o tráfico.

Apreensões juntaram nove carros de alto padrão, dois jetskis e duas lanchas acima de 30 pés

Para se ter ideia do lucro movimentado pelos criminosos, a denúncia descreve que Edivaldo adquiriu um imóvel de veraneio por R$ 2.5 milhões, e comprava automóveis de luxo que custavam centenas de milhares de reais. A aquisição de veículos de alto luxo (BMW, Porsche, Mercedes, entre outros) era uma das maneiras utilizadas por Edivaldo para lavar o dinheiro obtido com o tráfico. Esses carros e imóveis de luxo eram registrados em nomes de "laranjas" para ocultar a real propriedade dos bens.

Em Balneário Camboriú, Polícia Federal apreendeu jetskis comprados pelo TCP em nome de laranjas

Outro núcleo importante de denunciados é o dos chamados "Irmãos Castro", liderados por Renato Castro Belchior, vulgo Chaveirinho, e Rodrigo Castro Caetano, vulgo Espeto. A dupla de irmãos e seus comparsas mantinham estreitas relações com os traficantes de armas e drogas, lavando o capital ilícito do tráfico através da compra de imóveis, veículos e embarcações de luxo na cidade de Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Segundo o MPRJ e a PF, eles também negociavam o fornecimento de entorpecentes e armas, conforme diálogos nos quais tratam da venda de cargas de 300 a 1.600 quilos de entorpecentes, e dezenas de armas de fogo, inclusive fuzis.

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Fonte: Polícia Federal e Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

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