Pesquisadores do Laboratório de Fabricação Digital da PUC-Rio iniciaram o ano de 2023 com uma boa notícia: o reconhecimento das ações realizadas pelos colaboradores, em projetos de Manufatura Aditiva, também conhecida como Impressão 3D. Dois trabalhos recém executados foram contemplados com certificações internacionais da DNV, empresa que fornece classificação, garantia técnica, software e serviços de consultoria para as indústrias de transporte marítimo, petróleo, gás e energia.
A empresa, que está presente em mais de cem países, concedeu aos profissionais os títulos de “Statement of Feasibility”, o que poderia ser interpretado como uma “declaração de viabilidade”, de uma peça emblemática da indústria de petróleo. A empresa, que está presente em mais de cem países, concedeu aos profissionais os títulos de “Statement of Feasibility”, o que poderia ser interpretado como uma “declaração de viabilidade”, de uma peça emblemática da indústria de petróleo. A alavanca, componente usual em plataformas offshore e demais sistemas de acionamentos industriais, podem provocar necessidade de manobras, manutenções e intervenções. A viabilidade deste incremento poderá trazer significativa economia e agilidade ao processo de substituição de peças e componentes.
“Conseguimos fazer essa substituição em um prazo muito ágil, o que foi em torno de duas semanas. Foi um desafio já que o fabricante é do exterior e não fornecia muitas informações. Dessa forma foi necessário escanear a peça, para posteriormente obter um modelo tridimensional, que seria usado nas impressoras. Fizemos essa impressão no material PH1, um tipo de aço inoxidável, conseguindo fazer a substituição em campo e a entrada em operação. O certificado obtido garante que o material e as medidas destas estão aprovadas para substituir a original”, explica Renan Fraga, um dos pesquisadores envolvidos.
O segundo título na modalidade de Manufatura Avançada/Híbrida, que faz parte dos conceitos da Indústria 4.0, se refere a um equipamento denominado impelidor, que também precisava ser substituído e foi replicado. A técnica utilizada contempla todo o processo de digitalização da peça, para posterior fabricação tanto nas partes feitas com materiais poliméricos de engenharia quanto na fabricação do molde para posterior fundição e usinagem.
Com o uso da Manufatura Aditiva se tornou possível a rápida e pontual substituição de peças sobressalentes, conhecidas como Spare Parts, na indústria. Esta prática resultou, em algumas empresas, na eliminação da necessidade de estoque físico, pois qualquer peça que necessitasse ser substituída poderia ser fabricada, pontualmente, no adequado e com as alterações que fossem necessárias, reduzindo o custo de se manter um estoque local. Para que o sistema funcione, no entanto, se faz necessário a criação de uma biblioteca digital, com um arquivo tridimensional de todas as peças para serem enviadas para fabricação quando necessário, o que é notado ser feito cada vez mais nas empresas de Óleo e Gás.
“Conseguimos produzir a peça com base no material original, fazendo um híbrido e trazendo através da manufatura aditiva, o resultado desejado pela empresa. Nos orgulha muito poder colaborar tanto com os projetos da indústria offshore e poder através destas parcerias, tornar o trabalho realizado aqui na PUC-Rio, uma referência”, afirma o pesquisador Felipe Gouvea, responsável pelo laboratório.