O verão chega e verdade seja dita: quem não quer aproveitar dias de sol, banhos de piscina e cachoeira, pegar aquela “marquinha” ou curtir uma praia com os amigos? Mas, para além da sensação de um banho refrescante ou de ficar com um bronze perfeito, passar longos períodos no sol exige cuidados com a saúde, para evitar complicações e transtornos no futuro, como o câncer de pele.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) são estimados 706 mil novos pacientes diagnosticados com tumores no mundo nos próximos três anos. Deste total, o câncer de pele representa mais de 30% dos diagnósticos. A exposição solar é uma das ações que mais pode prejudicar a longo prazo, de acordo com o Radio-Oncologista Daniel Pryzbysz, responsável técnico da RadioSerra – Centro Regional de Radioterapia.
“O câncer de pele é uma doença que vem de anos em contato com os raios UV sem proteção solar. Essa constante de ações resulta na doença e, por isso, aconselhamos se expor o menos possível em horários de pico do sol, ter filtro que amenize as radiações, além de usar acessórios como os óculos de sol e camisas com fator de proteção adequados, o que com certeza ameniza esses impactos”, explica.
Em pacientes com idade superior a 40 anos, é importante se atentar a alguns sinais que podem surgir e precisam de investigação. Lesões com sangramento ininterrupto, espinhas que não saem ou pintas escuras ou muito claras que contenham características anormais, merecem a atenção de um médico dermatologista. Também vale destacar um rastreio em áreas do corpo onde não se repara com tanta frequência, como reforça o médico.
“Regiões como a parte inferior das pernas, nádegas, costas e couro cabeludo, que são onde os tumores mais agridem. E geralmente por não estar numa região onde temos contato todos os dias. Quando o paciente se dá conta, pode estar em um estágio mais avançado. O acompanhamento profissional auxilia a diagnosticar de forma precoce, com uma taxa de cura muito mais alta”, detalha o médico.
Dividido em tumores que podem ter maior assertividade no tratamento, os não melanomas, são mais agressivos e podem levar a morte. Já nos classificados como melanoma, o tratamento pode ser variado e inclui desde cirurgias com pequenas incisões feitas em consultório até a radioterapia e outras soluções.
“O diagnóstico é o primeiro passo! E ele se dá através do dermatologista, que vai retirar a lesão, olhar no microscópio e identificar que tipo de doença é. Muitas das vezes, a ação desse profissional é a única pela qual o paciente será submetido. Mas se houver outras consequências da doença, acompanhamos e entramos com outras soluções, que vão de acordo com cada caso”, conta Daniel.
Daniel Pryzbysz, Rádio-Oncologista. Foto: Divulgação
O médico diz que atualmente são muito comuns casos de câncer de pele acompanhados no Centro de Radioterapia que atende a toda a Região Serrana, Sul e Metropolitana do Rio. O maior número é de pacientes que viveram o auge das últimas décadas e não mantiveram uma rotina de cuidados frequentes.
“Esse é um dos tipos de tumor mais comuns, principalmente na geração dos anos 70 e 80, que não se preocupava muito com os impactos do sol. Aqui temos muitas pessoas que saíram dos grandes centros para aproveitar a vida mais tranquila na Serra, mas que, sem dúvida, aproveitaram tudo que puderam quando jovens na capital. Isso pode estar associado a incidência nesse público que frequentou ambientes de grande exposição ao sol de forma incorreta”, finaliza o Radio-Oncologista.