O presidente da Comissão de Segurança da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, vereador Rogério Amorim (PTB), anunciou que vai fazer um levantamento completo de todos os problemas de Jacarepaguá, desde ocupação irregular por ambulantes até questões de insegurança pública. O relatório será dividido com a comissão de Segurança Pública da Alerj e, uma vez finalizado, entregue ao prefeito Eduardo Paes.
- É para lamentar a ausência da Secretaria de Ordem Pública, que foram convidados, e não compareceram. Mas vamos continuar cobrando e levantando novas informações - disse o vereador Rogério Amorim (PTB), presidente da Comissão de Segurança Pública da Alerj.
- Hoje em dia não faz mais sentido dissociar a Ordem Urbana da Segurança Pública. Há bairros que sentem mais a questão da desordem, pois incide sobre a segurança, vejam por exemplo a Freguesia, bairro que há até pouco tempo era um dos melhores para quem buscava uma opção com facilidades para ir ao Centro via Linha Amarela. A ocupação desordenada está desvalorizando os imóveis e criando transtorno para os moradores - explica o vereador, que não descarta a possibilidade de uma nova audiência, reconvocando os gestores do município e ouvindo mais lideranças comunitárias.
A Comissão de Segurança Pública da Câmara do Rio participou, nesta quinta-feira (9), de audiência pública conjunta com a Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Os colegiados das Casas Legislativas debateram a violência na região de Jacarepaguá, e trataram de iniciativas que possam ser implementadas na área para solucionar o problema. A audiência foi mediada pelo deputado estadual Márcio Gualberto (PL), presidente da comissão estadual, e contou com a presença do vereador Dr. Rogério Amorim (PTB), presidente da comissão do Legislativo Municipal.
O vereador Dr. Rogério Amorim lamentou a ausência das autoridades responsáveis pela segurança pública do Rio de Janeiro. “A população vem sofrendo demais com a violência, com a falta de paz, de ordem pública, sem seu direito básico de ir e vir”, ressaltou o parlamentar. Amorim ainda destacou a importância do município na segurança pública “O problema da segurança não será resolvido sem a integração dos governos federal, estadual e municipal”.
Márcio Gualberto reforçou o desejo dos cidadãos da Grande Jacarepaguá. “Os moradores querem uma resposta. Os empresários que investem e geram empregos e renda querem uma resposta e tranquilidade. Eles não querem ser vítimas de balas perdidas. Jacarepaguá deseja paz”. Já o deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB), membro do colegiado estadual, apontou a situação de desordem na região de Jacarepaguá e reforçou a necessidade de união dos três entes federativos. “A solução para segurança pública passa pela união dos três entes federativos. Não é competência apenas do Estado”.
Membro da comissão da Alerj, a deputada estadual Martha Rocha (PDT) também lamentou a ausência das autoridades. “O problema é de extrema gravidade e não é pontual ao município do Rio de Janeiro ou ao bairro de Jacarepaguá”. A deputada listou problemas na região, como a ocupação irregular realizada por milícias. “Desejamos trazer de volta à Grande Jacarepaguá o que a população nos pede e o que o Poder Executivo deve a essa população, como respeito, segurança e a construção de uma vida tranquila”.
Moradores e empresários da região cobram ações
Representantes de associações de moradores e comerciantes do entorno de Jacarepaguá revelam que o medo da violência faz com que as pessoas evitem sair de casa e também traz prejuízos ao comércio local. Para Rodrigo D’Eça, presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública da 8ª ISP, a participação popular tem sido fundamental na cobrança por soluções para o problema da segurança pública. “Hoje, estamos representando 200 mil moradores e empresários de Jacarepaguá que entenderam a importância desta audiência pública, de ser cidadão, participar como sociedade civil organizada e cobrar ações na segurança pública”, complementou.
Representando a Associação Comercial e Industrial de Jacarepaguá (Acirja), Antonio Teixeira mencionou a perda de empresas na região, como a Johnson & Johnson e a Eletromar, por causa da violência e problemas na localidade, mas destacou a necessidade de união entre os poderes e a sociedade civil. “A associação, por meio do diálogo, está de portas abertas para apresentar as reivindicações, mas também as soluções em relação à segurança pública”.
Forças de segurança detalham atuação na localidade
O comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Tenente Coronel Rafael Sepúlveda, garante que estão buscando atuar junto à população local. Ele apresentou dados que comprovam a redução e a tendência de queda nos índices de roubos de veículos, de rua, e de carga, desde o fim do ano passado. “Estamos participando de reuniões no bairro, buscando, junto às lideranças locais e a todas autoridades presentes, construir a melhor política de segurança pública em Jacarepaguá”, concluiu.
A Polícia Civil, por sua vez, tem atuado na investigação dos crimes e no combate à violência que assola toda a população local. É o que afirma a delegada Raíssa Celles, responsável pela 2ª DPA - Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. “Estamos atuando diuturnamente, através não só nas delegacias distritais, mas também das delegacias especializadas. A Delegacia de Homicídios está apurando todas as mortes acontecidas em Jacarepaguá, já a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) está trabalhando no trabalho de inteligência para combater as organizações criminosas que atuam na região”, detalhou a delegada.
Fonte: Câmara Municipal do Rio e Alerj