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Sandra Ornelas é nomeada subsecretária da Mulher

A delegada deseja diminuir dados de violência apontados em dossiê

Por Marisa Dias em 29/01/2019 às 11:07:32

Foto: ASCOM SEDSDH/ Sergio Ramoz

Na tarde desta segunda o Salão Verde do Palácio Guanabara foi palco para a nomeação da delegada Sandra Ornelas como subsecretária da Mulher. Com a expectativa de novas parcerias com as secretarias de Saúde, do Desenvolvimento Econômico e Esporte e Lazer, novas ações estão previstas para combater a violência contra à mulher.

Nesta segunda-feira (28), a secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Fabiana Bentes, nomeou a delegada da Polícia Civil Sandra Ornelas como subsecretária da Mulher. A solenidade foi realizada no Salão Verde do Palácio Guanabara e contou com a presença do governador Wilson Witzel e autoridades.

A subsecretária assume seu cargo com a missão de promover mudanças em relação aos últimos dados estatísticos de violência contra à mulher. Segundo o último levantamento do Dossiê Mulher do Instituto de Segurança Pública, divulgado em 2018, as mulheres continuam sendo as maiores vítimas dos crimes de estupro (84,7%), ameaça (67,6%), lesão corporal dolosa (65,5%), assédio sexual (97,7%) e importunação ofensiva ao pudor (92,1%). Ligações para o serviço 190 da Polícia Militar, classificadas como crimes contra a mulher, representam 11% das ocorrências, perdendo apenas para perturbação do trabalho e sossego alheios (14,5%). Em 2017, foram registradas 119.887 ligações com ocorrências.

Diante dessa realidade, Sandra tem como objetivo planejar e executar ações de proteção às mulheres vítimas de violência no estado do Rio de Janeiro. Outras propostas que fazem parte do trabalho de inteligência no enfrentamento à violência visam desenvolver ações de promoção, engajamento e conscientização dos direitos da mulher.

Entre as várias medidas que a nova gestão propõe para reduzir crimes contra a mulher, novas parcerias serão firmadas com outras pastas para atender vítimas de agressão. Outro ponto importante para diminuir esses índices objetiva repaginar a Subsecretaria da Mulher oferecendo um acolhimento mais digno para as mulheres.

A primeira medida adotada pela Subsecretaria da Mulher, subordinada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSDH), será a criação de um grupo de trabalho que ajudará a desenvolver políticas públicas de combate à violência contra mulheres.

Além da SEDSDH, o grupo contará também com representantes das polícias civil e militar, e das secretarias de Fazenda, Cidades, Saúde, Educação, Transportes, Administração Penitenciária, e Emprego e renda.

“Vamos unir o que há de melhor em cada secretaria de estado e elaborar políticas mais eficazes. Com a secretaria de trabalho e renda, por exemplo, podemos ajudar às mulheres que estão em situação de risco, e que não denunciam porque ainda dependem financeiramente dos agressores. Precisamos valorizar as mulheres e atacar a raiz da questão. O machismo, infelizmente, ainda está inserido na nossa sociedade.”, disse a Secretária Fabiana Bentes.

A subsecretária evidenciou a necessidade de novas políticas para combater a criminalidade contra à mulher. “Queremos construir políticas que podem se consolidar. Tudo isso é fundamental, porque a morte de mulheres nunca teve tanto destaque. Não são os casos de feminicídio que estão aumentando. Eles estão se tornando mais visíveis.”, ressalta Sandra Ornelas.

Entre as iniciativas inéditas, está prevista a criação de um conselho dentro das polícias Civil e Militar voltado exclusivamente para a proteção das mulheres. Um documento sobre o tema está sendo elaborado pelo procurador Augusto Werneck. “A polícia combate o crime, mas não existe um esforço concentrado específico de políticas para mulheres. Podemos fazer um termo de cooperação técnica, determinando atribuições. Nunca houve uma parceria entre a secretaria de Direitos Humanos e a Polícia Militar.”, esclareceu Werneck.

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