– O Censo da População de Rua é o motor para que a Secretaria Municipal de Assistência Social possa aprimorar políticas públicas e trabalhar diretamente na redução de pessoas em vulnerabilidades. É importante pensar também que esta situação é fruto de um desequilíbrio social”, explicou o Secretário de Assistência Social, Adilson Pires.
Para operacionalizar a pesquisa, foram criados grupos de trabalhos, constituídos por representantes dos órgãos municipais envolvidos no projeto, que se reuniram por mais de um ano, a fim de definir a estruturação da pesquisa. Também foram feitas reuniões com a Sociedade Civil e com representantes do sistema de garantia dos direitos. Na metodologia utilizada, o público-alvo eram as pessoas que dormiram pelo menos uma vez nas ruas nos 7 dias que antecederam ao censo e pessoas oriundas de situação de rua que estavam em unidades de acolhimento, comunidades terapêuticas, centros de atenção psicossociais (CAPs AD) ou emergências.
– O censo 2022 segue a mesma metodologia do 2020, garantindo pela primeira vez uma série histórica e comparabilidade dos dados. Além de um retrato da população em situação de rua, já temos um vislumbre da dinâmica desse fenômeno na cidade. Com os dados e as evidências coletados, poderemos ter políticas públicas bem alicerçadas como resposta à redução das vulnerabilidades sociais – esclareceu o presidente do Instituto Pereira Passos, Carlos Krykhtine.
Durante o trabalho de campo, realizado entre os dias 21 e 25 de novembro de 2022, foram percorridos 1.872 roteiros de rua e 57 cenas de uso de drogas, identificando 7.865 pessoas em situação de rua na cidade. Cerca de 80% do público-alvo eram pessoas que se encontravam na rua, enquanto somente 20%, estavam em instituições. Nesse primeiro grupo, a grande maioria, 64% do total, estava na condição “na rua”, os 16% restantes, também estavam na rua, mais especificamente em cenas de uso de drogas. Entre todos os pesquisados, 17,4% possuem residência fixa e 55% ainda mantêm contato com a família.
– O censo foi uma construção coletiva, que envolveu diferentes órgãos da Prefeitura. Essa intersetorialidade é fundamental, pois as questões dessa população são múltiplas e precisam ser vistas como alvo de políticas setoriais diversas, na intenção de aperfeiçoamento das ações já existentes e criação de iniciativas mais assertivas de atendimento a esse público – afirmou a Diretora de Projetos Especiais do IPP, Andrea Pulici.
O trabalho de campo foi feito por meio da contratação de uma empresa especializada em pesquisa, a Qualitest – Inteligência em Pesquisa, selecionada em licitação pública. Além de já ter prestado serviços de pesquisa de campo ao IPP, a empresa tem em seu currículo a realização do censo de população de rua na cidade de São Paulo. Mesmo com a contratação, representantes da Prefeitura participaram de todas as fases do trabalho de campo, desde a coleta até o tratamento dos dados. O estudo completo está disponível no site oficial do levantamento.