A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, através das Coordenações da Promoção da Equidade Racial (Coopera) e da Infância e Juventude (Coinfância), irá apurar, através procedimento instrutório, a responsabilidade civil do Google Play por hospedar, até esta quarta-feira (24), o jogo “Simulador de Escravidão”, de cunho racista.
A DPRJ também oficiará a Polícia Federal solicitando a instauração de inquérito policial para apuração da conduta tipificada na Lei 7716/89, com a identificação e responsabilização do autor do fato e das pessoas que fizeram comentários igualmente racistas na plataforma.
- O engajamento midiático da sociedade faz com que casos de racismo sejam reiterados cotidianamente, afetando a maioria da população brasileira, pois nós, pessoas negras, somamos 56% desse contingente. É preciso que o sistema de justiça rompa o racismo institucional, acolhendo as vítimas e fornecendo respostas eficientes e razoáveis a essas condutas criminosas - explica a coordenadora da Coopera, Daniele da Silva.
Desenvolvido pelo estúdio Magnus Games, o jogo trazia a imagem de homens negros trabalhando ao redor de um senhor branco em sua imagem de divulgação. Na descrição do produto, os desenvolvedores afirmavam que o aplicativo foi criado para "fins de entretenimento", e que "condenam a escravidão no mundo real". O texto explicava, ainda, que o usuário seria capaz de "gerenciar seus escravos, mudar suas condições de vida e treiná-los", "proteger seus escravos para evitar que escapam e se levantem" e "fazer negócios, atribuir escravos a diferentes empresas para trabalhar e gerar renda", entre outros.
Fonte: Defensoria Pública RJ