Um traficante que seria o número 02 da quadrilha que comanda os morros do Fallet e do Fogueteiro, em Santa Teresa, na Região Central do Rio, teria oferecido R$ 100 mil a policiais militares do Batalhão de Choque para não ir preso durante a operação na última sexta-feira (8) que resultou na morte de 13 suspeitos.
A Polícia Militar informou, no entanto, que a denúncia de tentativa de suborno não foi acatada pela Polícia Civil. Segundo a nota, todos os presos na ação foram conduzidos à delegacia e após a avaliação da autoridade policial, alguns suspeitos podem ter sido liberados.
Comandantes da guerra escaparam da matança
Os três traficantes do Comando Vermelho (CV) que teriam comandado a invasão ao Morro da Coroa, no Catumbi, escaparam da matança ocorrida durante a operação policial de sexta-feira na região.
Alex Marques de Melo, o Léo Serrote, que até bem pouco tempo integrava o Terceiro Comando Puro (TCP) do vizinho Morro de São Carlos, e mudou de facção, teria sido o guia dos bandidos do CV até a Coroa por ter mais conhecimento da região. O Disque-Denúncia oferece uma recompensa de R$ 1 mil para quem ajudar na sua captura.
Paulo César Baptista de Castro, o Paulinhozinho, que comanda o tráfico no Fallet e Fogueteiro, foi outro a ajudar no ataque pois abrigou bandidos do TCP do São Carlos e Querosene que mudaram de facção e participaram da invasão.
O terceiro bandido a colaborar com o baque foi Cláudio Augusto dos Santos, o Jiló, que comanda o Morro dos Prazeres. Jiló lucra com a venda de drogas no Centro da cidade, principalmente em casarões da Rua do Lavradio e lidera um "Exército" de cerca de 60 criminosos armados.
Serrote, Jiló e Paulinhozinho deverão dividir o comando da Coroa, que estava abandonada pelo TCP depois que tomou o controle da Amigos dos Amigos (ADA) no ano passado. A favela lucrava apenas com as cobranças de taxas a comerciantes, venda de gás e gatonet.
A guerra
A Coroa foi invadida na última quarta-feira (6) pelo CV, que contou, além com traficantes de favelas da região, com o apoio de outras comunidades, como Mangueira, Turano e Providência.
Na tarde do dia seguinte, o TCP, com ajuda de bandidos do Complexo da Maré e do Caju, tentou retomar o controle da comunidade mas não conseguiu. Alguns integrantes da facção foram para o Morro da Pedreira, em Costa Barros, na Zona Norte.
Surgiram rumores de que o CV também teria tomado o São Carlos, a Mineira, o Zinco e o Querosene, mas essa informação não se confirmou já que os traficantes do TCP proibiram que os mortos em operação policial, todos ligados ao CV, fossem enterrados no Cemitério do Catumbi
Além dos mortos, o CV teve uma baixa considerável pois foram mais de dez presos e ainda perdeu quatro fuzis e 14 pistolas.
E a guerra pode não parar. Após a operação policial que deixou mortos, tiros foram ouvidos na região. O aplicativo Onde Tem Tiroteio em sua página no Facebook publicou que disparos foram feitos no final da tarde de sexta e durante a madrugada de sábado na Coroa. Na comunidade, esta faixa foi colocada pelos bandidos 'homenageado' os que se foram.