Na próxima quinta-feira (14), o Smoke Lounge na Tijuca vai receber o lançamento do “Histórias do Porão”. A obra revela as histórias do evento de música que, em duas décadas, recebeu 35 artistas cariocas. Em seu palco passaram grandes nomes do cenário musical do Rio de janeiro como O Rappa, Os Paralamas do Sucesso, Elza Soares, Los Hermanos, Matanza, Autoramas e Detonautas. Atualmente, é considerado um dos mais antigos festivais de Brasília e um dos mais importantes do Brasil.
A obra é do jornalista Pedro de Luna e o lançamento ainda vai contar com um bate papo e uma sessão de autógrafos com o autor, além dos shows das bandas Canto Cego e Punching Namard. No evento, o livro poderá ser adquirido por R$ 50. Além disso, os artistas interessados em tocar na capital podem aproveitar a oportunidade e levar o seu material para tentar uma vaga nas atrações da próxima edição do porão.
As histórias do Porão
No dia oito de agosto de 1998 foi realizado o primeiro festival Porão do Rock. Na ocasião, reuniu bandas de Brasília que ensaiavam em um subsolo na 207 Norte. Com uma produção simples e grupos de estilos bem variados, a primeira edição realizada na Concha Acústica foi considerada a ponta de lança daquele que se tornou um dos mais importantes festivais independentes do Brasil.
No ano em que completou 20 anos de vida, o “Porão do Rock” foi imortalizado pelo jornalista Pedro de Luna, que cobriu a primeira edição do evento, em 1998. No livro, o autor revela os causos de bastidores, os melhores e também os piores momentos.
O festival cresceu tanto que virou programa de rádio e revista de bolso. Ao se transformar em uma ONG, recebeu prêmios importantes pelas ações de sustentabilidade e responsabilidade social. A obra de Pedro de Luna ainda destaca as premiadas campanhas publicitárias, o cartão telefônico, a lata de cerveja personalizada, o outdoor em formato de case de guitarra, entre outras peças criativas.
A única pessoa a frente de todas as vinte edições do Porão, o produtor Gustavo Sá garante que o livro não é chapa branca.
“Expomos a visão de quem trabalha nos bastidores para que aconteça todo ano e com sucesso. O Porão do Rock revelou muitas bandas, afirmou outras e continua sendo uma vitrine importantíssima no país”.
O produtor cita o caso da Pitty que tocou em 2003 ainda como uma promessa. Os tantos shows dos Raimundos, o primeiro deles em 2000 e com o Rodolfo no vocal. O megashow da banda britânica Muse e da primeira edição internacional na cidade Buenos Aires, em 2009.
Para Gustavo, cada edição é única, pois a cada ano é uma experiência diferente, tanto para a produção, os artistas e os fornecedores quanto para o público.
Eternos Headliners e novidades
Grandes artistas já pisaram no palco sagrado do festival brasileiro. A Hemp Family foi representada no Festival pela dupla Black Alien & Speed (2000) e as bandas Squaws (2001) e O Rappa (2004), além dos trabalhos solos de Marcelo D2 (2004 e 2014) e BNegão (2012) e, mais recentemente, num show incendiário do Planet Hemp em 2016.
Nessas duas décadas, o Porão também foi palco de despedidas. Quando os Detonautas se apresentaram em 2006, aquele foi o último show do guitarrista Rodrigo Netto, vítima de bala perdida ao retornar para o Rio. Um ano antes, a banda Som da Rua tocou em Brasília no mês de julho. Em dezembro, o jovem vocalista Liô Mariz faleceu ao colidir num ônibus em Ipanema. O baixista João Rodrigo, que o acompanhava, sobreviveu ao acidente.
Os barbudos dos Los Hermanos já tocaram duas vezes no Porão, em 2003 e 2005, até o fim da banda em 2007. Entre a geração do rock brasileiro dos anos 80, o Porão foi marcado pela volta da Plebe Rude em 1999, e da Legião Urbana com Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá em 2009, bem como os dois shows do Lobão, os quatro dos Paralamas e os dois do Barão Vermelho, que tocou em 2005 com Frejat e no ano passado com Rodrigo (Suricato) no vocal.
Nos últimos anos o festival flexibilizou a programação, recebendo desde as bandas Drenna, Gangrena Gasosa e Letrux, no ano passado, até a cantora Elza Soares (2017) e Lanlan e os Elaines, em 2003.
Convidadas para abrilhantar a noite do dia 14, no Smoke Lounge, duas bandas cariocas aguardam a sua chance de tocar no Porão do Rock. A Punching Namard que surgiu em 2013 misturando o peso e a sujeira do punk rock com os fraseados melódicos e os diversos instrumentos da música folk irlandesa e celta. O Canto Cego que em 2015 se apresentou no Montreux Jazz Festival, na Suíça, e foi confirmado como atração de um novo palco no Rock in Rio 2019 também vai abrilhantar a celebração.