Recordista sul-americano dos 100 m e medalhista olímpico, Robson Caetano deixa o sossego da aposentadoria para passar sua experiência aos mais jovens. O ex-atleta estreia como professor de Educação Física no colégio Ao Cubo, na Tijuca cercado de jovens em sua aula inaugural, em 15 de fevereiro.
Robson Caetano ministra treinamento funcional, mas é a primeira vez que ele dá aula em um colégio. Ele diz que está feliz em participar do desenvolvimento das crianças e que aceitou o convite da direção do colégio como uma oportunidade de entrar em contato com a juventude e passar a experiência adquirida nas pistas de atletismo e na própria vida.
E a experiência do ex-atleta é significativa. Robson participou de quatro Jogos Olímpicos. Especialista em corridas de curta distância, ele trouxe para o Brasil uma medalha de bronze nos 200 m nos Jogos de Seul, em 1988, outro bronze conquistado nos Jogos de Atlanta, em 1996, no revezamento 4 X 100 m. Também conquistou por três vezes a Copa do Mundo dos 200 m, em 1985, 1989 e 1992.
Número 1 em 1989, com o tempo de 19s96 nos 200 m, seu recorde sul-americano dos 100 m rasos obtido em 1988, quando cravou o tempo de 10 s ainda não foi superado.
Robson Caetano professor
Ao ser apresentado aos alunos, Robson Caetano frisa que está ali, diante deles, não como atleta vencedor de vários prêmios, mas como professor. E dá a má notícia para os poucos alunos que revelam não gostar de Educação Física: eles terão que fazer as aulas para passar de ano. Mas, em compensação, o recordista sul-americano reforça a importância da atividade para a saúde dos jovens.
“A gente tem que pensar sempre que a estimativa de vida do povo brasileiro está aumentando. Precisamos pensar em plantar a semente da saúde”, disse.
Robson diz ainda que a prática da atividade física na escola vai refletir na preparação física dos garotos:
“Muitos vão sair daqui e procurar um clube e futebol, ou jogar vôlei. Chegar com certo preparo físico vai dar um benefício gigante para eles. Eles estarão um passo a frente de uma turma que não fez nada”, disse. Em relação às práticas de aula, Robson completa: “Tudo é muito lúdico e em tom de brincadeira, mas tem o viés de melhorar o condicionamento físico deles”.
Para o diretor Operacional do Colégio Ao Cubo, Vitor Israel, é importante ter um ganhador de vários prêmios entre os professores:
“Ter um medalhista olímpico no nosso corpo docente nos traz credibilidade pedagógica e mostra que valorizamos todas as matérias, desde as mais tradicionais, como Matemática e Português, até aquelas que, na grande maioria dos colégios, não recebem tanto investimento, como a Educação Física”, disse.